O setor ferroviário ajudará o governo a
pagar parte da conta do acordo com os caminhoneiros. O projeto que reonera a
folha de pagamento de 26 setores, já aprovado na Câmara, atinge as empresas
ferroviárias, provocando aumento de custos, segundo a ANTF (Associação Nacional
dos Transportadores Ferroviários).
Na visão do presidente da entidade,
Fernando Paes, o governo está desequilibrando a matriz de transportes,
aumentando as vantagens do rodoviário, em detrimento das ferrovias e das
hidrovias.
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— Reonerar a folha de ferrovias e
hidrovias, ao mesmo tempo em que se exclui o setor rodoviário, pela pressão dos
caminhoneiros, vai ajudar a perpetuar o modal rodoviário no país. É ir na
direção contrária do que todos querem, que é ter mais ferrovias — afirmou.
O setor ferroviário emprega cerca de 40
mil pessoas, não é intensivo em mão de obra, e o impacto estimado por Paes até
o final do ano é de R$ 22 milhões. Por outro lado, eles serão beneficiados pela
redução do diesel, que também é o combustível usado para a locomoção dos trens.
— A gente ganha com a redução do diesel,
mas todos também ganham. O valor da reoneração parece baixo, porque não somos
intensivos em mão de obra, mas o principal é o sinal dado. Estamos aumentando
custo de ferrovia para manter a desoneração das rodovias — explicou.
O projeto já foi aprovado na Câmara e
seguiu para o Senado, que aprovou ontem o regime de urgência para a votação. Se
houver qualquer alteração no texto, terá que voltar para a Câmara, por isso, o
setor ferroviário dá como 99,9% de certeza de que irá a votação sem mudanças,
já que isso atrasaria a desmobilização da greve.
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