A continuação das obras do Veículo Leve
sobre Trilhos (VLT) não parece empolgar o governador Pedro Taques (PSDB).
Crítico ferrenho da escolha do modal, desde à época em que era senador, o tucano
já deixou claro que terminará o projeto deixado pelo ex-governador Silval
Barbosa, mas não mostra nenhum contentamento, talvez por conta do ‘caminhão de
abacaxis’ que teve de descascar para chegar até este ponto: “Saída para este
erro que foi feito”. A previsão é que a nova licitação esteja pronta até julho.
A falta de empolgação pode ser vista nas
declarações de Pedro Taques quando se trata de VLT. O tucano lembrou que o
governo entregou muitas das ‘sobras da Copa’, “com exceção do famoso VLT. No
mês de julho, terminaremos o Regime Diferenciado de Contratação (RDC) e faremos
uma nova licitação, para que tenhamos saída para este erro que foi feito. Já
foram pagos R$ 700 milhões, não podemos jogar tudo fora”.
Taques ainda aproveitou para lembrar das
intervenções das quais ele próprio começou: “Estamos duplicando todas as saídas
de Cuiabá e tudo estará pronto ainda este ano. Estamos melhorando a porta de
entrada da Capital”
Vale lembrar que o secretário-adjunto do
VLT, José Picolli, afirmou recentemente ao Olhar Direto que “não adianta ter o
Regime Diferenciado de Contratação (RDC) sem a empresa para operar”. Para
terminar os 45% que faltam para concluir o VLT, o Executivo decidiu realizar um
novo edital, na modalidade de Regime Diferenciado de Contratação (RDC), para
que seja contratada uma empresa ou um conjunto delas (consórcio)
“Ainda faltam alguns detalhes. Depende
de muitas coisas, determinados trabalhos para complementar o edital. Temos que
ter o foco na operação. Em paralelo ao RDC, estamos buscando empresas
interessadas em tocar, operar o modal. Tenho quase seis quilômetros de linha,
para chegar até a Praça Bispo eu estimo de dez a doze meses. Se eu começar no
mês que vem, até o mesmo período de 2019 tenho os trens para rodar, mas ninguém
para operar”, disse Picolli.
VLT
As obras do Veículo Leve sobre Trilhos
(VLT) tiveram início em 2012, com previsão de conclusão em março de 2014, três
meses antes da Copa do Pantanal Fifa 2014, tendo Cuiabá como uma das sedes –
quatro jogos foram realizados na Arena Pantanal José Fragelli. Alegando não ter
recebido por parcela considerável do que já havia realizado, o Consórcio VLT
paralisou as obras em dezembro de 2014.
Após a posse, o governador Pedro Taques
determinou auditoria nas obras e no contrato do Consórcio VLT. Constatou-se
superfaturamento e falhas pontuais, como a aquisição antecipada das locomotivas
e vagões do VLT supostamente por causa de um período de baixa do dólar.
Em fins de 2015, por determinação do
juiz Ciro Arapiraca, da Seção Judiciária de Mato Grosso, houve a retomada das
conversações do governo com o Consórcio VLT, para que as obras pudessem ser
concluídas. Após a delação premiada de Silval Barbosa, revelando que houve
corrupção, o contrato foi rompido. No início, o valor do projeto foi fixado em
R$ 1,447 bilhão.
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