Celulose e papel só voltam ao normal em um mês

A produção brasileira de celulose,
papel e painéis de madeira, que foi afetada pela greve dos caminhoneiros, deve
ser normalizada em aproximadamente um mês, de acordo com a Indústria Brasileira
de Árvores (Ibá), que representa o setor de florestas plantadas para fins
industriais.

De acordo com a presidente-executiva
da associação, Elizabeth de Carvalhaes, a indústria ainda está trabalhando em
estimativas, mas os primeiros números indicam que cerca de 280 mil toneladas de
celulose e 310 mil toneladas de papel deixaram de ser produzidas por causa da
paralisação, que impediu o fluxo normal de madeira das plantações e outros
insumos até as fábricas e levou ao esgotamento de estoques de alimentos usados
no preparo de refeições dos trabalhadores dessas unidades.

O escoamento de produtos para o
mercado externo também foi afetado, mas não há risco de desabastecimento uma
vez que as empresas trabalham, no caso específico da celulose, com estoques da
ordem de 30 dias. “A preocupação é garantir o fornecimento nos mercados
contratados”, diz Elizabeth. “É importante, numa saída de greve,
realinhar rapidamente a logística de entrega e produção.”

Ao mesmo tempo, há preocupação na
indústria em relação às medidas anunciadas pelo governo para compensar a perda
de receita com diesel. No caso específico do setor, duas medidas têm impacto: a
reoneração da folha de pagamentos e a volta da alíquota do Reintegra, programa
de incentivo fiscal a exportadores, para 0,1%. “Toda a estratégia de
exportação das empresas foi traçada para 2018 contando com essas medidas e
agora essa estratégia foi danificada”, afirma a executiva.

Fabricantes de papéis e de painéis de
madeira ampliaram as vendas ao mercado externo nos últimos anos para compensar
a fraqueza da economia doméstica, que teve reflexo na demanda por esses produtos.

Ao alterar esses benefícios, alerta a
presidente da entidade, o governo está desestabilizando uma estratégia que
vinha mostrando resultados. “O mercado interno está volátil. É importante
que o novo governo trabalhe com regras de longo prazo e com a segurança
jurídica necessária para que o Brasil busque mais espaço no mercado
internacional”, afirma.

Com forte presença na balança
comercial brasileira, o setor que inclui pisos, painéis, celulose e papéis,
exporta em média US$ 22 milhões por dia. Em 2017, foram US$ 8,5 bilhões.

 

– Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/5569845/celulose-e-papel-so-voltam-ao-normal-em-um-mês


Fonte:

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*



0