Novo prazo para iniciar obras da Linha Leste em Fortaleza previsto para junho

Paralisadas desde 2015, as obras da
Linha Leste do Metrô de Fortaleza podem ser retomadas ainda em junho deste ano.
Isso porque o Governo do Estado pretende lançar edital para licitação do trecho
em março. A informação foi confirmada ontem por Lúcio Gomes, titular da
Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra), durante audiência pública,
ontem, na sede do órgão.

“Quinze dias antes da publicação do edital,
é preciso audiência pública para colher sugestões e prestar esclarecimentos.
Isso nos remete ao dia 26 ou 27 de março (publicação do edital). O prazo de uma
licitação desse porte é de 45 dias”, afirma. “Depois tem recursos. Se tudo
correr bem, até junho (início das obras)”, diz.

Serão três licitações. A primeira
trata das obras e sistemas, tais como sinalização, telecomunicações e
monitoramento. A segunda da compra do material rodante (trens e vagões). A
terceira define empresa que gerencia as obras – não fica a cargo da Seinfra.

Para as obras estruturais, a ordem do
recurso é de R$ 1,65 bilhão. Os outros R$ 200 milhões são relativos às
licitações de material rodante e gerenciamento. A expectativa é de obra em
quatro anos.

Com relação às tuneladoras, Lúcio
Gomes explica que dois dos quatro equipamentos serão utilizados na primeira
fase do projeto. “Cada máquina tem vida útil de 10.500 horas. Devemos trabalhar
15 metros por dia, rodando 20 horas em sete dias na semana. Vamos utilizar duas
máquinas na fase um. As outras duas ficarão reservadas, protegidas e
recertificadas com garantia estendida de 18 meses. O valor do contrato é de US$
8,76 milhões com a norte-americana Robbins Company e sem custos mensais para o
Estado.

O titular da Seinfra também destacou
que a cearense Marquise, empresa que compunha o aditivo da construção com a
espanhola Acciona, não está impedida de participar do certame. Na nova dinâmica
do edital, até cinco empresas podem participar na formação de um consórcio.
Vale lembrar que no dia 23 de fevereiro passado, o Estado publicou rescisão do
antigo contrato com o Consórcio Metrô Linha Leste Fortaleza, formado pela
cearense e a espanhola.

Em nota, a Marquise informa ainda não
saber se vai concorrer à nova licitação ou se entrará na Justiça. Mas, conforme
O POVO apurou, há clara insatisfação do consórcio em relação à relicitação e ao
uso de apenas duas das quatro tuneladoras. A percepção é a de que o Governo
está desmembrando o projeto anterior e não há nada de novo e que, portanto, as empresas
poderiam continuar.

No nova definição, são adiadas obras
da Catedral da Sé, Praça Luíza Távora e Leonardo Mota. Ficam Tirol, Chico da
Silva, Colégio Militar, Nunes Valente e Papicu. A Tirol, no Centro, receberá
pátio para estacionamento e manutenção dos trens e vagões. A segunda fase
seguirá o percurso do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) até o Edson Queiroz
(Fórum).

 

INSATISFAÇÃO

 

O POVO apurou que as empresas Acciona
e Marquise, que tiveram o contrato rescindindo em fevereiro, estão
insatisfeitas com nova licitação

 

 

ENTENDA DETALHES DO PROJETO

 

FASE 1

 

Terá extensão de 7,3 km e engloba
quatro estações subterrâneas e uma de superfície, sendo dois de túneis
paralelos (Chico da Silva e Papicu) e dois túneis sobrepostos (Colégio Militar
e Nunes Valente). O prazo de conclusão é de quatro anos.

 

FASE 2

 

Entrarão as estações da Catedral da
Sé, Praça Luíza Távora e Leonardo Mota. Serão licitados os trechos do Hospital
Geral de Fortaleza (HGF) até a estação Edson Queiroz.

 

RECURSOS

 

Antes orçada em R$ 2,3 bilhões, a obra
da Linha Leste teve seu valor reduzido para R$ 1,85 bilhão. R$ 1 bilhão
corresponde ao recurso do BNDES e outros R$ 673 milhões serão do Tesouro
Nacional. O Governo do Estado entrará com R$ 186 milhões.

SHAFT (VÃO INTERNO)

O Estado deve licitar março o shaft
após a estação Chico da Silva, mas fora do projeto das três licitações
previstas. O valor aproximado é de US$ 7,5 milhões. Ele é essencial para o
trabalho das tuneladoras.

De acordo com secretário Lúcio Gomes,
42 profissionais trabalham na montagem e manutenção dos equipamentos, entre
eles espanhóis, colombianos, iranianos, austríacos, norte-americanos e
ingleses.

 

CHINESA CRRC PARTICIPA DE AUDIÊNCIA
PÚBLICA

 

A empresa chinesa CRRC também
participou da audiência pública, ontem, na Seinfra. Segundo Fernando Gao,
representante da empresa no País, a licitação é uma oportunidade de a empresa
entrar no mercado do Nordeste. O interesse da companhia, no entanto, é a
licitação no material rodante. Com sede em Pequim, a CRRC realiza design, fabricação,
teste, comissionamento e manutenção de locomotivas e material circulante,
incluindo: locomotivas elétricas, locomotivas diesel-elétricas e
diesel-hidráulicas de 280 kW a 10.000 kW. Atualmente emprega 180 mil
trabalhadores.

Fonte: O Povo

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