MPE e Siemens buscam acordo de R$ 1 bi

O
Ministério Público Estadual de São Paulo e a multinacional alemã Siemens
voltaram a sentar à mesa de negociação para fechar acordo para suspender as
ações contra a empresa na esfera civil envolvendo as apurações do caso
conhecido como o cartel dos trens. O acordo prevê um pagamento de uma multa
superior a R$ 1 bilhão. O valor se refere às ações movidas contra a empresa que
tiveram origem nas investigações que apuram a ocorrência de crimes em
licitações envolvendo Metrô e Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
(CPTM). O acordo, no entanto, divide promotores.

Advogados
da multinacional alemã estiveram reunidos na semana passada com promotores do
Patrimônio Público de São Paulo e o procurador-geral de Justiça, Gianpaolo
Smanio. Os detalhes ainda não estão acertados entre as duas partes. O Estado
apurou que a multinacional, além de pagar multa, vai admitir a prática de
ilícitos. O termo se refere apenas às ações referentes à formação de cartel
para atuar em licitações dos trens de São Paulo. De acordo com as
investigações, as empresas superfaturavam em até 30% o preço das obras e dos
trens, como combinavam qual delas.

Apesar
de estar em fase avançada de negociação, o acordo com a Siemens não é
unanimidade entre os promotores. Uma ala da Promotoria ainda não aceita a
resistência que a multinacional tem apresentado em delatar agentes públicos e
políticos supostamente envolvidos no esquema. Fontes no Ministério Público
informam, entretanto, que o acordo está próximo de ser fechado. Nem todos os
promotores responsáveis por ações contra a Siemens foram consultados ou
concordam com termos que estão sendo negociados.

Não
é a primeira vez que a empresa alemão tenta um acordo. Em 2016, por intermédio
do escritório Trench Rossi Watanabe, a multinacional consultou promotores do
Patrimônio Público, alegando que queria colaborar com as investigações. As
tratativas, no entanto, teriam emperrado porque a empresa não aceitou o
reconhecimento de culpa e, mais uma vez, hesitou em apontar agentes públicos e
políticos envolvidos aos investigadores.

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