As construtoras OAS, Queiroz Galvão e Odebrecht estão
próximas de firmar novos acordos de leniência com o Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (Cade) para delatar cartéis em troca de não serem punidas.
Segundo o Estadão/Broadcast apurou, a Odebrecht tem um
terceiro acordo assinado com o conselho, mantido em sigilo, e pelo menos mais
15 negociações em andamento.
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Empresas envolvidas na Lava Jato já denunciaram 14 cartéis
ao Cade. Enquanto o órgão investiga – e pune – apenas os atos ilícitos das
empresas, executivos e agentes públicos envolvidos nos esquemas também são
investigados pelo Ministério Público Federal (MPF).
Em maio, o Estadão/Broadcast antecipou que a Odebrecht
negociava pelo menos 12 acordos de leniência com o Cade, entre eles um para
denunciar esquema para fraudar obras viárias da Desenvolvimento Rodoviário
(Dersa) em São Paulo, divulgado na Segunda-feira.
A lista de fraudes cresceu. Segundo fontes com acesso às
negociações, as tratativas de acordo incluem informações sobre cartéis em obras
no Rio, nos leilões das hidrelétricas de Santo Antônio e de Jirau (Rio
Madeira), reforma dos aeroportos Santos Dumont e de Goiânia, construção da
Cidade Administrativa de Minas Gerais, obras do BRT de Brasília, obras no
sertão alagoano, no Porto do Itaqui (MA), na Rodovia SP-255 e obras do Adutor
Castanhão (CE).
Além disso, a Odebrecht tenta firmar dois termos de
compromisso (TCCs) em relação à licitação do estádio Mané Garrincha, em
Brasília, e no Arco Metropolitano do Rio. Isso porque, nesses casos, os
conluios já foram delatados por outras empresas e, pelas regras do Cade, apenas
a primeira denunciante pode firmar acordo em que se livra de punição. Dessa
forma, a Odebrecht poderia firmar TCCs e teria de pagar multas com “descontos”
de 25% a 30%.
A Dersa disse que tomou conhecimento das denúncias pela
imprensa e que a empresa é a maior interessada nas investigações. A Camargo
Corrêa não a reportagem até a conclusão desta edição. A Construtora Queiroz
Galvão ressaltou que não comenta investigações em andamento.
A OAS informou que não vai se manifestar. A Andrade
Gutierrez disse que está empenhada em corrigir qualquer erro ocorrido no
passado.
A Odebrecht afirmou que está colaborando com a Justiça no
Brasil e nos países onde atua. As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
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