Os passageiros do transporte público criticaram o aumento do
valor da integração e do bilhete único mensal em São Paulo informou o Bom Dia
São Paulo desta terça-feira (3). A ação conjunta entre governo do Estado e
Prefeitura de São Paulo foi anunciada na sexta-feira (30) e passa a valer a
partir do dia 8. Apenas a tarifa básica ficou congelada.
Durante a campanha para concorrer à chefia do executivo de
São Paulo, o prefeito João Doria garantiu que não aumentaria a tarifa de
ônibus, não especificando, contudo, que se referia apenas à tarifa básica.
A partir do próximo domingo (8), o bilhete unitário será
mantido em R$ 3,80 para quem usa somente um ônibus ou somente um trem, mas quem
utiliza a integração entre os veículos paga quase R$ 1 a mais – ela passa de R$
5,92 para R$ 6,80, um reajuste de 14,9%.
Confira abaixo os valores do transporte público em 2017 na
capital paulista:
– Tarifa do Metrô: valor de R$ 3,80 será mantido
– Tarifa da CPTM: valor de R$ 3,80 será mantido
– Tarifa de ônibus: valor de R$ 3,80 será mantido
– Integração ônibus + Metrô/CPTM: vai aumentar de R$ 5,92
para R$ 6,80
– Bilhete 24 horas (comum): vai aumentar de R$ 10 para R$ 15
– Bilhete 24 horas (integração): vai aumentar de R$ 16 para
R$ 20
– Bilhete mensal (comum): vai aumentar de R$ 140 para R$ 190
– Bilhete mensal (integração): vai aumentar de R$ 260 para
R$ 300
O salário mínimo, no entanto, não subiu acima da inflação
pela primeira vez desde 2003, no início da série medida pelo Dieese. Começou a
valer no dia 1º o novo salário mínimo nacional. De R$ 880, o valor passou para
R$ 937: um reajuste de 6,48%. No entanto, o reajuste teve a mesma variação do
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O maior aumento real foi em
2006, de 13,04%. O menor foi em 2016, de 0,36%.
De acordo com os passageiros, o aumento do preço não é
acompanhado pela melhoria do serviço prestado. “É lotado e, muitas vezes,
sujo”, afirma a auxiliar de limpeza Josi Gonçalves.
O anúncio repentino surpreendeu a população. “Me deu dor de
barriga só de pensar. Falei: ‘caramba, de novo? Para onde vai nosso salário?”,
perguntou o técnico em informática Cassiano Ramos. “Minha mãe usa
integração e vou contar essa novidade para ela. Não sei se ela sabe ainda”,
disse a estudante Aline Freitas.
As contas afetam o custo do empregador também. “Meu RH não
ficou muito satisfeito com isso”, disse o recepcionista Vinícius Moraes. O
comerciante Daniel Relvas, que gastava cerca de R$ 20 mil por mês com
vale-transporte, vai ter R$ 5 mil a mais em despesas. “Infelizmente vamos ter
que repassar”, afirmou.
De acordo com a SPTrans, cerca de 47 milhões de viagens são
feitas mensalmente usando a integração em São Paulo.
O governador Geraldo Alckmin disse que a medida visa
beneficiar o maior número de pessoas e que as pessoas vão economizar com a
integração. “Nós procuramos beneficiar o maior número de pessoas não mexendo no
bilhete de R$ 3,80. Além disso, se você somar R$ 3,80 com R$ 3,80 deveria pagar
R$ 7,60 na integração, mas vai pagar R$ 6,80. É 11% mais barato”, explicou.
A Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM) diz que
“o congelamento da tarifa básica do Metrô e da CPTM irá beneficiar 67% dos
usuários do Metrô e 74% da CPTM (inclui Vale Transporte Comum, Bilhete Unitário
Comum, Bilhete BOM, Meia-Tarifa Estudantes e Vale Transporte Integrado)”.
A STM diz ainda que “os bilhetes temporais representam
4,68% no Metrô e 3,46% na CPTM. O 24 Horas Integrado é usado por 0,1% no Metrô
e na CPTM por 0,006% dos passageiros transportados. O 24 Horas Comum também tem
pouca representatividade: 0,033% no Metrô e 0,086% na CPTM. Finalmente a
Integração ônibus-Trilho é usada por 19% no Metrô e 15% na CPTM”.
Seja o primeiro a comentar