O VEB, banco estatal de desenvolvimento, congênere russo do
BNDES, está disposto a financiar investimentos daquele país no Brasil desde que
os bancos privados brasileiros se comprometam a dividir o risco do negócio.
Vice-presidente do VEB, Sergey Vasiliev disse ontem, durante o fórum
empresarial promovido pelo governo brasileiro em Moscou, que a falta de
interesse do setor financeiro do país restou como o maior empecilho às linhas
de financiamento. O outro entrave, a bitributação dos investimentos entre os
dois países, foi superada com a aprovação de acordo pelo Congresso Nacional.
O presidente do VEB citou o setor de ferrovias, de interesse
da estatal russa Uralvagonzavod, como um dos primeiros beneficiários de um
entendimento entre o banco de desenvolvimento russo e bancos privados
brasileiros. Acrescentou ainda que investimentos em energia podem vir a ser
facilitados pelo entendimento.
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O fim do monopólio da Petrobras sobre o gás fornecido pela
Bolívia, previsto para 2019 e que foi alvo das traficâncias do empresário Joesley
Batista, é um dos principais focos de interesse dos investidores russos no
Brasil. O tema mobiliza duas das maiores estatais russas com investimentos no
país, a Gazprom e a Rosneft. A primeira tem um escritório no Rio desde 2011 e a
segunda, detém blocos de exploração de petróleo na Bacia do Solimões no qual
acena com investimentos até 2019.
Nenhuma das duas empresas mandou representantes ao encontro
de ontem, a despeito das cartas enviadas aos seus presidentes pela Embaixada
brasileira em Moscou. O auditório reservado para o encontro ficou lotado, mas,
como já havia sido previsto, sem a presença de CEOs. O presidente da Câmara de
Comércio Brasil-Rússia, Gilberto Ramos, no entanto, garantiu que dirigentes da
Gazprom em Houston, no Texas, onde está concentrada a operação internacional da
gigante estatal russa, já participaram de reuniões no Rio onde manifestaram o
interesse em prospectar o setor.
O setor de petróleo e gás, em função das rodadas de
licitação de novos blocos de exploração ainda este ano, foi o de maior
interesse do seminário, mas encontro atraiu ainda executivos interessados em
energia renovável, como aqueles da Renova, grupo privado russo. Até 2014, dado
mais recente divulgado pelo Banco Central, o estoque de investimentos diretos
da Rússia no Brasil somava US$ 247 milhões.
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