O grupo de concessões de infraestrutura CCR vai se capitalizar por meio de uma oferta de ações com o objetivo de financiar uma nova rodada de investimentos, conforme comunicado divulgado ontem citando notícias veiculadas pela agência Reuters.
Segundo o Valor apurou com uma fonte que participa das discussões, a transação alcançará cerca de R$ 3,5 bilhões, recursos que vão integralmente para o caixa da companhia. Nenhum dos principais sócios do grupo – Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Soares Penido – avalia vender suas ações. Procurada pela reportagem, a CCR afirmou que não comentaria essas informações.
Ontem, em meio à expectativa do anúncio de uma oferta de ações, os papéis do grupo CCR encerraram o dia com alta de 2,46%, cotados a R$ 15,82.
São vários os projetos que interessam ao grupo, o maior do Brasil em concessões de infraestrutura de transportes. O que pode acontecer em breve, mas ainda depende de negociações com o governo, é a obra na concessão da Nova Dutra, a rodovia que liga São Paulo e Rio de Janeiro.
Em troca de até 17 anos adicionais de concessão, a CCR propõe investir cerca de R$ 3,5 bilhões em melhorias na estrada, a maior parte na construção de uma nova subida da Serra das Araras, localizada na cidade de Piraí (RJ). Como esse investimento não está previsto no contrato original da concessão, a CCR pede mais prazo na concessão.
Aeroportos federais, que serão licitados em março, também interessam, principalmente o de Salvador, que tem sinergia com o Metrô Bahia, do qual ela é concessionária. Outro negócio são as rodovias regionais de São Paulo. A CCR está debruçada nos editais das duas estradas paulistas que serão leiloadas em fevereiro e em abril.
Em novembro de 2016 o conselho de administração da CCR aprovou proposta para elevação do limite de capital autorizado da empresa em até 100 milhões de ações com o intuito de viabilizar a necessidade de recursos futuros, o que representaria o equivalente a R$ 1,6 bilhão, dado o preço da ação.
O grupo de concessões também já manifestou interesse em ampliar seus investimentos nos países do continente americano. Em novembro de 2015, a CCR comprou uma empresa de serviços aeroportuários nos Estados Unidos, a Total Airport Services (TAS), então com atuação em sete aeroportos no país.
A operação deve se dar por meio de uma oferta pública com esforços restritos, sob a coordenação dos bancos BTG Pactual, Bradesco BBI, Itaú BBA, J.P. Morgan e Santander.
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