A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) reconheceu
mais duas dívidas milionárias com consórcios contratados em 2009 para reformar
98 trens das linhas 1-Azul e 3-Vermelha. Os débitos somam R$ 108 milhões e o
pagamento em parcelas até abril de 2017 foi negociado com a Alstom Brasil
Energia e Transporte, empresa acusada pelo Ministério Público Estadual (MPE) de
integrar um cartel para fraudar licitações de metrô e trens durante os governos
José Serra e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB. Com isso, as dívidas do Metrô
acumuladas com fornecedores já chegam a R$ 150 milhões.
O maior débito, no valor de R$ 70,8 milhões, é com o
Consórcio Reformas Metrô (Alstom e Iesa), para “modernização” de 22 trens e
fornecimento de equipamentos na Linha 3. Outra dívida, de R$ 37,5 milhões, é
com o Consórcio Modertrem (Alstom e Siemens), para reforma de 25 trens da Linha
1. Nesta segunda, o Estado mostrou que o Metrô já havia negociado pagamento de
R$ 41 milhões de dívidas com o Consórcio BTT (Bombardier, Temoinsa e Tejofran),
contratado para reformar 26 trens da Linha 1.
O Metrô afirmou, em nota, que “o procedimento é totalmente
legal e previsto nas relações com fornecedores de serviços e obras” e que “não
há qualquer prejuízo” à empresa e “nos serviços prestados aos usuários com os
parcelamentos”.
Ao todo, o Metrô assinou quatro contratos em abril de 2009
para reforma de 98 trens no valor de R$ 1,7 bilhão. Até agora, 80 trens já
foram reformados. Segundo denúncia feita pelo MPE à Justiça em 2015, houve
conluio entre as empresas para dividir as contratações e os valores
apresentados na licitação tiveram sobrepreço de R$ 122 milhões. Seis executivos
das empresas viraram réus. O Metrô afirmou à época que a denúncia não envolvia
nenhum funcionário da estatal, que não compactua com irregularidades e colabora
com a Justiça.
Nesta segunda, o Estado mostrou que, por causa de uma crise
financeira, com quedas de repasses do governo Alckmin e no número de
passageiros, além dos atrasos nas obras, o Metrô tem alterado a ordem de
pagamentos a fornecedores para evitar despejos dos canteiros.
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