Apesar de reforçar em discurso o foco do governo na redução
de despesas e no ajuste fiscal, o ministro do Planejamento, Desenvolvimento e
Gestão, Dyogo Oliveira, afirmou que o governo se comprometeu com um
investimento total de R$ 110 bilhões nos três anos entre 2016 e 2018. O
ministro participa, nesta sexta-feira, 21, de seminário de infraestrutura
promovido pela Câmara Americana de Comércio (AmCham) e pela Associação
Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), em São Paulo.
Oliveira destacou a necessidade de investimentos em
infraestrutura e afirmou que, apenas em logística, os investimentos esperados
para os três anos chegam a R$ 38 bilhões.
O ministro destacou, porém, que o governo está comprometido
com a redução de despesas e que o orçamento do próximo ano já está elaborado
com base no princípio da Proposta de Emenda Constitucional 241, que estabelece
o teto dos gastos.
Sobre o controle de gastos, ele destacou o volume despendido
com a Previdência. O ministro afirmou que a estimativa de despesa da
previdência é de R$ 560 bilhões em 2017. Somado a outros benefícios para idosos
e relacionados ao setor público, a conta chega a R$ 740 bilhões gastos em
benefícios previdenciários, pensões e aposentadorias, declarou. O déficit no
próximo ano, assim, alcança R$ 180 bilhões. “Não dá para olhar a questão
das despesas sem ver a Previdência”, defendeu.
Confiança. O
ministro argumentou ainda que as expectativas de investidores, empresários e
consumidores estão melhorando no Brasil. Ele afirmou que essa melhora está
refletida nos indicadores de custo país e expectativas para inflação e
crescimento. Ele destacou que há analistas que já preveem crescimento de 1,5%
da economia brasileira no próximo ano. Oliveira considerou, porém, que, se a
agenda de reformas do governo não for encaminhada, haveria um “enorme
custo ao País”, com um peso negativo sobre essas expectativas.
Para o ministro, a proposta de ajuste fiscal da PEC 241 traz
benefícios para o presente e os custos dos ajustes são diluídos gradualmente ao
longo do tempo. “Teremos tempo no País para implementar as reformas,
implementar os programas de redução de despesa e já teremos colhido logo na
partida essa melhora de expectativas de projeção da economia brasileira”,
disse.
Selic. O ministro
mencionou ainda a decisão do Copom de redução da taxa básica de juros como uma
das condições que vão permitir que a economia “volte a funcionar de forma
dinâmica”.
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