A CCR reportou ontem um lucro líquido bilionário resultado
da entrada dos recursos da venda de sua participação de 34,2% na Serviço e
Tecnologia de Pagamentos (STP), dona da Sem Parar, que rendeu o montante de R$
1,48 bilhão. O resultado atribuível aos sócios controladores, base para
pagamento de dividendos, foi de R$ 247 milhões no terceiro trimestre de 2015
para R$ 1,15 bilhão no mesmo período deste ano.
Somente o impacto da venda, explicou o diretor financeiro e
de relações com os investidores da empresa, Arthur Piotto Filho, foi de quase
três vezes o que seria o lucro “no curso normal do negócio”. O lucro
antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em
inglês) somou R$ 2,43 bilhões, alta de 156%.
A receita líquida da empresa também teve um crescimento de
17,7%, para R$ 2,58 bilhões. Sem o efeito de construção, a alta da receita foi
de 14,4%, para R$ 1,78 bilhão. De acordo com Piotto, a linha de receitas contou
com a ajuda dos reajustes tarifários das concessões, apesar da queda no tráfego
de veículos equivalentes.
De fato, a receita bruta de pedágios da CCR subiu 6% no
período, somando R$ 1,59 bilhão. Ganho puxado pelo aumento de 2,4% na receita
obtida na AutoBan e pela alta de 4,1% na NovaDutra. Ao mesmo tempo, a CCR viu o
tráfego cair 1,5% para 244,4 milhões veículos equivalentes.
A expectativa de analistas era melhora nos resultados
operacionais sendo ofuscados por um crescimento na despesa financeira da
companhia, devido ao alto patamar da taxa básica de juros, uma vez que a maior
parte da dívida da empresa está atrelada ao CDI. O resultado financeiro no
trimestre foi negativo em R$ 467 milhões – crescimento de 28%.
A expectativa do diretor é de que a redução mais recente da
Selic comece a aparecer apenas no balanço do quarto trimestre deste ano. Além
disso, a empresa conta com a maior parte de suas concessões já em operação. E a
expectativa, segundo Piotto, é de que o MetrôBahia entre nesse grupo entre o
segundo e terceiro trimestre do ano que vem.
Com a carteira em boa parte operacional e depois de ter
realizado uma venda que trouxe alívio para o seu balanço, a CCR vem estudando
os projetos de concessão que virão a leilão no Programa de Parcerias de
Investimentos (PPI) anunciado pelo governo federal. Piotto destaca, porém, que
a entrada de fato da empresa vai depender da atratividade das concessões.
Ainda ontem a companhia anunciou aprovação pelo conselho de
administração da emissão de R$ 800 milhões em notas promissórias pela AutoBan.
Os recursos serão destinados ao reembolso de despesas, gastos ou dívidas
relacionadas aos investimentos em projetos da empresa. As notas terão
vencimento em 426 dias contados da data da emissão, que será objeto de
distribuição pública com esforços restritos de alocação.
Seja o primeiro a comentar