Fiesp diz que BNDES não deve antecipar R$ 100 bi ao Tesouro

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)
entregou ontem à presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), Maria Silvia Bastos, uma lista de reivindicações que inclui a
não devolução antecipada de cerca de R$ 100 bilhões transferidos à instituição
pelo Tesouro Nacional nos governos petistas a titulo de capitalização.

De acordo com a Fiesp, “o BNDES deve ser desobrigado de
realizar devoluções antecipadas ao Tesouro para aplicar num plano de
recuperação econômico-financeiro de empresas, refinanciamento de dívidas
vencidas com o BNDES e aumento do financiamento do banco às micro e pequenas
empresas”, diz o item “propostas urgentes” do documento
produzido pela Fiesp.

A resposta da presidente do banco estatal foi rápida. No
mesmo evento em que dividiu a mesa com diretores da Fiesp em São Paulo, ela
disse que a programação da devolução dos recursos ao Tesouro será mantida.
“Essa conta [da devolução dos recursos ao Tesouro] foi feita para não
causar nenhum problema ao banco. A devolução desses recursos é essencial para
manter a confiança no governo e a busca da retomada econômica. Fizemos as contas
para preservar a capacidade de emprestar do BNDES e ainda assim contribuir para
redução da dívida bruta e para uma melhoria fiscal”, afirmou Maria Silvia.

A lista de reivindicações da Fiesp inclui ainda adequação do
funding do BNDES para ampliação do montante de recursos do BNDES para capital
de giro das indústrias; aumento da quantidade de empresas contempladas pela
BNDESPar no mercado de debêntures, incluindo companhias com alavancagem
excessiva; ampliação do programa de financiamento do banco para fusões e aquisições
de empresas afetadas pela crise.

Também ontem, a Fiesp informou que a indústria paulista
demitiu 11,5 mil trabalhadores em setembro. No terceiro trimestre, a perda
acumulada é de 29 mil postos, e no ano, de 86 mil. A expectativa para o
fechamento de 2016 é de um saldo negativo de 165 mil vagas – em 2015 foram
perdidos 235 mil postos de trabalho.

Dos 22 segmentos pesquisados, houve queda de emprego em 13,
estabilidade em 4 e aumento de vagas em 5. No mesmo período de 2015, segmentos
com números negativos foram 19. Apenas dois registraram resultado positivo e um
apresentou estabilidade.

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