Exportação de celulose cai 22% em outubro

Apesar da recuperação dos preços da celulose de fibra curta
na China nas últimas semanas, as exportações brasileiras da matéria-prima em
valor mostraram queda em outubro, tanto na comparação anual quanto frente a
setembro, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (Mdic).

No mês passado, as receitas com a venda externa de celulose
totalizaram US$ 456,9 milhões, com declínio de 22% frente aos US$ 586,8 milhões
registrados em outubro de 2015 e de 2,6% em relação aos US$ 469 milhões de
setembro. Em volume, as exportações ficaram em 1,098 milhão de toneladas, baixa
de 6% na comparação anual e também frente a setembro.

Na última semana, os preços da celulose de fibra curta
subiram cerca de US$ 2 na Europa, para US$ 658,60 por tonelada, enquanto na
China, após alta de US$ 8 da semana anterior, houve queda de US$ 1, para perto
de US$ 498,20 a tonelada, segundo a Foex.

Para o UBS, o sentimento do investidor melhorou, diante dos
recentes aumento nas cotações e do atraso no início de operação da fábrica OKI,
da Asia Pulp & Paper (APP). Mas há dúvidas quanto à duração desse ambiente.

“Os compradores de celulose permanecem cautelosos
quanto aos fundamentos da indústria em 2017, o que deve manter os preços em
níveis relativamente baixos (abaixo de US$ 500/tonelada) no curto prazo”,
escreveram os analistas Andreas Bokkenheuser, Marcio Farid, David Hallden e
Edwin Chen. O atraso no início de operação do projeto OKI também adiciona risco
de baixa das cotações no próximo ano, acrescentaram.

Segundo o UBS, vendedores de celulose na China estão
confiantes quanto à aplicação integral do reajuste de US$ 20 por tonelada até
novembro (o que levará a celulose de eucalipto a US$ 490 ou US$ 500 por
tonelada). Na Europa, os preços parecem ter se estabilizado em outubro e, na
América do Norte deve haver continuidade da pressão sobre as cotações ao longo
deste mês.

Para os analistas, é improvável que os produtores
latino-americanos de celulose mostrem mais disciplina na oferta para dar
suporte aos preços. A Suzano Papel e Celulose indicou que vai avaliar essa
alternativa no próximo ano, mas Klabin e Fibria não têm planos similares.
“Baseados no histórico recente, acreditamos que os produtores chilenos
também não devem cortar produção”, disseram.

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