Investimento em sistema de transportes supera R$ 15 bi

O investimento no sistema de transporte do Rio depois que a
cidade foi escolhida sede da Olimpíada de 2016 supera R$ 15 bilhões. Entre as
metas acordadas pelo Brasil com o Comitê Olímpico Internacional (COI), estava a
entregar um sistema renovado de trens, um metrô reformado e três novos
corredores de ônibus expressos (BRT. Embora com atraso, boa parte disse será
feita.

A ampliação do metrô em direção à Barra da Tijuca, principal
região de competições, absorveu mais da metade dos R$ 15 bilhões valor e ficou
sob responsabilidade do governo do Estado, que enfrenta graves problemas
financeiros.

A prefeitura investiu cerca de R$ 5 bilhões em BRT (bus
rapid transit), já inaugurados. Também está construindo o quarto BRT, com custo
de quase R$ 1,5 bilhão – ele vai cruzar a avenida Brasil, uma das principais
artérias da cidade. Deve ficar pronto em 2017.

O Parque Olímpico da Barra, a mais de 30 km do centro da
cidade, será o principal palco dos Jogos. Para chegar até lá, na zona leste do
Rio, o público poderá usar os três BRTs já prontos, o metrô e o Elevado do Joá,
principal ligação com a zona sul e que foi ampliado.

Para a Olimpíada, quase 160 novos ônibus articulados foram
comprados pela prefeitura. A cada 30 segundos um ônibus sairá do Parque
Olímpico em direção aos terminais de integração, como o da nova estação do
metrô, na Barra.

Três dias irão exigir atenção redobrada da prefeitura. São
os dias 12, 16 e 17 de agosto, quando estão marcadas competições em diferentes
pontos da cidade. A estimativa da prefeitura é receber cerca de 450 mil
turistas durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

O maior desafio é a expansão da Linha 4 do metrô. A previsão
atual é que seja entregue faltando apenas cinco dias para a abertura da
Olimpíada, em 5 de agosto. A obra, tocada pelo governo estadual, enfrentou
dificuldades ao longo dos últimos sete anos – desde desafios de engenharia até
a crise financeira que levou o governo a decretar estado de calamidade pública.

Até o fim da Olimpíada, o novo trecho do metrô, de 16 km,
será restrito ao público dos Jogos, que só embarcará com a apresentação dos
ingressos ou de credencial específica. Somente depois da Paralimpíada, que
termina em 18 de setembro, é que a Linha 4 será aberta à população. O custo
total da expansão do metrô chega a R$ 9,7 bilhões. Cerca de R$ 8,5 bilhões são
bancados pelo governo do Rio e o restante é de responsabilidade da
Concessionária Rio Barra, que constrói a Linha 4.

No centro da cidade, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) já
entrou em operação. Apesar de problemas no sistema de pagamento e de
reclamações de lentidão na viagem, turistas elogiam o VLT. O paulista César
Corradi, presidente da Associação Brasileira de Tecnologia Têxtil, se sentiu
confortável. “Eu usaria de novo, me senti confortável. E o sistema de
pagamento é o mesmo utilizado lá, você mesmo paga”, disse Corradi.

A rede do VLT tem 28 km e integra, no centro e na região
portuária da cidade, barcas, metrô, trem, ônibus, rodoviária, aeroporto,
teleférico, terminal de cruzeiros marítimos e, futuramente, a quarta linha de
BRT. Passa também por novos pontos turísticos da cidade como o Museu do Amanhã
e o Museu de Arte do Rio (MAR). A obra do VLT deve custar R$ 1,157 bilhão.

A advogada Tamina Brandão trabalha no Rio há três anos e diz
que “o VLT vai facilitar muito o nosso dia a dia”. Pelo menos três
vezes na semana, quando embarca para Vitória para ministrar aulas de direito
penal no Tribunal de Justiça do Espírito Santo, Tamina usa o VLT para sair do
centro e chegar ao aeroporto Santos Dumont.

Especialista em transporte urbano da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), Ronaldo Balassiano diz que o sistema será suficiente
para os Jogos, mas lembra que, para a população da cidade, é “um ponto de
partida para um transporte melhor”. “Houve um ganho, mas é preciso um
plano estratégico”. A Olimpíada tirou do papel projetos de mobilidade
engavetados há décadas, mas a principal crítica é que o foco dos investimentos
está nos locais de realização de jogos ou em pontos turísticos, o que é
restrito para as necessidades de transporte da população.

Deodoro, outro importante polo de competição a 30 km do
Parque Olímpico da Barra, ganhou recentemente a Transolímpica – este corredor
BRT ligará as arenas da Barra aos estádios em Deodoro. Foi inaugurado com
apenas 6 das 17 novas estações previstas. As obras foram iniciadas em julho de
2012 e contam com investimento de R$ 2,2 bilhões. As linhas de BRT Transoeste e
Transcarioca já estão funcionando e também servirão ao público dos Jogos.

Nas estações de metrô abertas para os Jogos, o usuário
precisará apresentar o ingresso e o cartão de transporte especial para a
Olimpíada. O RioCard Jogos servirá também para todos os demais modais de
transporte da cidade durante o período dos Jogos e está sendo vendido nas
principais estações de metrô, nos aeroportos e na rodoviária do Rio. Foram
criados três tipos de cartões: de um dia (R$ 25), de três dias (R$ 70) e de
sete dias (R$ 160), que terão validade entre os dias 1º de agosto e 18 de
setembro. Carros particulares estarão proibidos na região do Parque Olímpico da
Barra.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*