Novas licitações para porto de Suape devem atingir R$ 2,1 bi

O porto de Suape, em Pernambuco, deve concentrar R$ 2,1
bilhões em licitações na nova fase do Programa de Investimentos em Logística
(PIL). Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Thiago
Norões, os projetos incluem um segundo terminal de contêineres, um de veículos,
um de grãos de trigo e outros dois terminais de granéis minerais.

Mais próxima do lançamento, a licitação do terminal de contêineres
chegou a ser ensaiada em 2010, mas foi suspensa por conta da promulgação da Lei
dos Portos. “Nós já retomamos os estudos”, afirmou Norões, ontem em
São Paulo, durante o evento “Pernambuco: Celeiro do Desenvolvimento”,
promovido em parceria com o Valor.

O secretário destacou que o porto de Suape é hoje um
“hub”, terminal concentrador de carga, cuja movimentação cresceu de
15 milhões de toneladas em 2014 para 20 milhões em 2015. No primeiro semestre
deste ano, foram 11 milhões de toneladas. “Vimos um crescimento próximo de
30%, mesmo no momento econômico atual do Brasil”, disse Norões.

Depois das inaugurações, no ano passado, de fábricas da Fiat
e da Unilever e da ampliação da unidade da Ambev no município de Itapissuma,
Pernambuco mantém neste ano os esforços para atrair investimentos, mesmo diante
do cenário atual de crise e de desaceleração da economia nordestina. Ontem,
representantes do governo apresentaram a uma plateia de investidores
oportunidades nas áreas de infraestrutura, logística, tecnologia e inovação.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), ressaltou os
esforços feitos para promover uma gestão pública profissional no Estado, com
medidas que passam por remuneração variável na carreira pública e 14º salário
na área de educação, condicionado ao cumprimento de metas.

Ele criticou o que chamou “corporativismo público”
e afirmou que os administradores públicos do país deveriam lutar por uma gestão
mais eficiente dos recursos. “O Estado está muito refém do corporativismo
do funcionalismo púbico em muitas áreas. O Estado precisa ser devolvido à
sociedade”, afirmou.

Norões reforçou que o governo tem procurado interiorizar os
investimentos – política que tem desenvolvido cidades como Escada, Vitória de
Santo Antão e Bezerros -, dando incentivos fiscais às empresas que decidem se
instalar fora da região metropolitana. O percentual de crédito presumido do
ICMS para as companhias que aplicarem recursos no sertão, exemplifica, salta
para 95%, contra 90% no Agreste e 85% na região do Recife.

Respondendo a uma pergunta da plateia do evento, o
secretário afirmou que, no atual estágio de discussões sobre o fim da guerra
fiscal, existe o entendimento que os benefícios concedidos anteriormente devem
ser validados e que “a transição de um regime de incentivo para uma nova
realidade seja feita sem atropelo e de forma a não causar prejuízo”.

A tendência, disse Norões, é que isso aconteça em um período
“relativamente curto”, de dois anos. Até o fim do ano, o governo deve
apresentar ajustes em sua política de incentivo fiscal. A ideia, segundo o
secretário, é usar o benefício para estimular as empresas a ampliar a base de
fornecedores locais.

Representantes Fiat, Unilever e da companhia de geração de
energia eólica Casa dos Ventos falaram sobre suas experiências no Estado. O
superintendente do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar),
Sergio Cavalcante, e a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação, Lucia
Melo, mostraram as iniciativas nas áreas de produção de conhecimento e
qualificação.

Ao mostrar um panorama da Companhia Pernambucana de
Saneamento (Compesa), o presidente da estatal, Roberto Tavares, lamentou a
demora para a liberação dos recursos federais para a conclusão das obras da
adutora do Agreste, obra complementar à transposição do rio São Francisco, que
deve beneficiar cerca de 2 milhões de pessoas em 68 cidades. “Estamos
recebendo o dinheiro a conta-gotas”, disse.

A demora na liberação de recursos também foi citada por
Norões ao falar da importância da ferrovia Transnordestina, que ligará o
interior da região Nordeste ao porto de Suape e que atualmente está com as
obras paralisadas.

 

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*



0