Considerada uma das maiores e mais ousadas obras da engenharia mundial, a estrada de ferro Curitiba-Paranaguá completa hoje 130 anos de muita história, curiosidades e belos passeios. Muitos obstáculos foram vencidos para construí-la. A ferrovia passa por túneis, contorna profundos abismos e corta uma belíssima reserva de Mata Atlântica da Serra do Mar. O objetivo era facilitar o acesso entre as cidades do litoral do Paraná e a capital, além de ligar o Porto de Paranaguá aos estados do Sul, para escoar a produção de grãos.
Idealizada pelos irmãos Antônio e André Rebouças, a construção começou em 1880, com a presença do imperador D. Pedro II. Mesmo com vários engenheiros europeus da época tendo declarado que o projeto era impraticável, a obra iniciou em três frentes simultâneas: entre Paranaguá e Morretes (42 km), entre Morretes e Roça Nova (38 km) e entre Roça Nova e Curitiba (30 km). O construtor inicial Giusepe Ferrucini desistiu da obra no quilômetro 45, considerando-a impossível. Teixeira Soares o substituiu.
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Quase dez mil homens foram recrutados para erguer a estrada de ferro, a maioria imigrantes que trabalhavam na lavoura. Por causa das condições precárias de segurança, cerca de 5 mil homens faleceram durante a construção. Pontes de aço foram importadas da Inglaterra e montadas no local. Paredões foram abertos, mas a natureza foi preservada. Após cinco anos, a ferrovia foi inaugurada em 2 de fevereiro de 1885. Engenheiros, autoridades, jornalistas e convidados participaram da primeira viagem entre Paranaguá e Curitiba, que durou nove horas.
Nos 110 quilômetros de extensão, foram realizadas 420 obras de engenharia, entre elas: 13 túneis, 30 pontes, seis estações e vários viadutos de grande vão. Destaques para a Ponte São João, com 55 metros de altura, e o Viaduto Carvalho, ligado ao Túnel do Rochedo, assentado sobre cinco pilares de alvenaria na encosta da rocha.
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