Rodoanel vai passar debaixo da linha férrea

O Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas vai passar por baixo da linha férrea da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) na altura da Avenida Humberto de Campos, em Ribeirão Pires. A empresa SPMar, que realiza a construção do viário, vai fazer túnel para a passagem da rodovia em morro que sustenta a passagem dos trens. Será a primeira passagem rodoviária sob a Linha 10-Turquesa, que atende as sete cidades do Grande ABC, e a única do tipo nos 43,5 quilômetros de extensão.


A concessionária garante que a intervenção não afetará a circulação dos veículos ferroviários. Para isso, será utilizada tecnologia de engenharia inédita na região, chamada enfilagem. “É um processo não destrutivo onde são implantadas estruturas de suporte no solo – enfilagem e paredes de apoio – e posteriormente ocorre a escavação para passagem dos veículos, preservando as condições da estrutura acima da enfilagem”, explicou a engenheira responsável pelo controle do projeto de construção do Trecho Leste, Viviane Alves Vieira.


Para construir a passagem de 37 metros de extensão sob a linha férrea de Ribeirão Pires, serão utilizados diversos equipamentos: uma perfuratriz rotativa – retopercussiva hidráulica ou pneumática –, bombas de injeção, geradores, compressores, escavadeiras e caminhões. A passagem das pistas do Rodoanel pela Linha 10-Turquesa estão com os serviços preliminares em andamento e as obras estão previstas para começarem neste mês, com conclusão para março de 2014. A intervenção já estava prevista no edital de licitação. Segundo a SPMar, a enfilagem já foi usada, por exemplo, no sistema da CPTM na Estação da Luz e em obras do Metrô na Capital.


A concessionária informou que já entregou os estudos para a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) sobre a implementação de alça de acesso ao Trecho Leste em Ribeirão Pires. De acordo com a empresa, neste momento estão sendo realizados estudos complementares para que seja realizada a aprovação final. Não há previsão de início de obras. A expectativa é que o novo acesso beneficie as Estradas dos Fernandes e a Rodovia Índio Tibiriçá.


Obras


As obras do Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas chegaram aos 62% de conclusão. Dentre as intervenções já realizadas no viário destacam-se os 60% do Encontro Leve Estruturado, 90% do Túnel Santa Luzia e 70% dos trabalhos de terraplanagem, com mais de oito milhões de metros cúbicos movimentados. Além disso, a pavimentação em concreto já atingiu 32% do previsto. A concessionária prevê alcançar 89% de avanço da obra até o fim do ano.


O Trecho Leste continua com a previsão de entrega marcada para março de 2014. Segundo a SPMar, o cronograma apresentado pela concessionária ao poder público, em março de 2011, previa 5% da obra no primeiro ano (primeiro semestre de 2012), 40% no segundo ano (primeiro semestre de 2013) e os 55% restantes no terceiro ano (primeiro semestre de 2014).


Atualmente, a obra está com total de 66 frentes de trabalho e emprega cerca de 5.800 pessoas. No Grande ABC, o viário passará por Mauá e Ribeirão Pires. A rodovia também irá cortar Arujá, Itaquaquecetuba, Poá e Suzano. A expectativa é que aproximadamente 48 mil automóveis passem pelo trecho viário por dia, sendo 53% do previsto veículos pesados. O investimento é de R$ 3,2 bilhões, aplicados na construção, desapropriações, reassentamentos e projetos ambientais.


Rodovia exibe primeiros contornos


O Diário foi o primeiro meio de comunicação impresso a percorrer os canteiros de obras do Trecho Leste do Rodoanel na atual fase de conclusão. Além de equipamentos, caminhões, operários e muita poeira, já é possível avistar alguns trechos em forma de rodovia, com asfalto pavimentado e possibilidade de circular de carro tranquilamente. Os pontos que apresentam mais avanços são nas proximidades da interseção com o Trecho Sul, em Mauá.


Segundo a SPMar, em Ribeirão Pires já foram asfaltados aproximadamente 3,2 quilômetros. Nos 11 quilômetros da rodovia que passarão por Ribeirão Pires e Mauá haverá a utilização de aproximadamente 100 mil toneladas de CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente).


A expectativa é que se faça 20 mil toneladas de asfalto por mês (8.000 m³). Se consideradas as duas pistas, formadas cada uma por três faixas com 3,60 metros, um acostamento de três metros e um metro de refúgio, o avanço esperado de pavimentação nesse trecho da região é de 1,8 quilômetros por mês.
Em todo o Trecho Leste, está prevista a utilização de 220 mil toneladas de asfalto (88.000 m3). Esse material foi produzido através da brita obtida durante a escavação do túnel Santa Luzia, em Ribeirão Pires.

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