Minas ressurge como polo produtor de locomotivas

O trem que surge de trás das montanhas é lembrança comum aos mineiros. As marias fumaças, contudo, dão lugar a locomotivas de alta tecnologia. E o crescimento da economia brasileira, que estimula o transporte de cargas, faz ressurgir Minas Gerais como polo de produção dessas máquinas.


As duas maiores empresas do mundo têm planos ambiciosos para o estado. O Plano Nacional de Logística e Transporte (PNLT), do governo federal, prevê a construção de 5 mil quilômetros de ferrovias até 2020 e outros 6 mil km estariam em estudo de viabilidade econômica, destaca o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate.


Para ele, é um plano ambicioso, uma vez que a malha possui hoje entre 29 mil e 30 mil km. “Faz sentido a GE (General Eletric) e a Progress Rail Services, as duas maiores e mais tradicionais fabricantes de locomotivas, fazerem ressurgir o setor”, afirmou. 


O PNLT foi elaborado em 2006, com base em projeções feitas pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe-USP). É, entretanto, um plano indicativo para nortear as ações não só do Ministério dos Transportes, como do setor privado também. Teoricamente, até 2025, o modal ferroviário receberia investimentos de R$ 150,1 bilhões e a sua participação na matriz saltaria de 25% para 35%.


Para cruzar o país nessa nova malha ferroviária que se desenha, multinacionais turbinam seus investimentos e aceleram a produção de locomotivas no Brasil. Com R$ 35 milhões aplicados entre 2010 e 2013 em melhorias na unidade de Contagem (Grande BH), a GE dobra seu potencial de produção para 120 unidades neste ano, já chegando ao limite da capacidade instalada. É mais do que foi feito em toda a década de 90 no país, quando foram registradas as entregas de 69 máquinas, segundo o presidente da Abifer. Para essa década, segundo ele, estão previstas 2.100 unidades.


Além da GE, instalada em Minas desde 1972, chega ao estado a Progress Rail Services, subsidiária da americana Caterpillar. A empresa, com unidades em Diadema e Hortolândia (SP), escolheu Sete Lagoas (região Central do estado), para erguer sua fábrica de locomotivas. “Nossos principais clientes atuam na região: Vale e MRS. E tivemos incentivos do governo”, disse o diretor da empresa, Carlos Roso, sem dar valores e detalhes do projeto.


As obras começam nesta semana e o início da operação está previsto para abril de 2012. “Acredito que nos próximos cinco anos o mercado vai comprar o dobro de locomotivas adquiridas nos últimos cinco. Ou seja: a demanda vai, pelo menos, dobrar”, diz Roso. “Vamos treinar e contratar 600 trabalhadores, além de desenvolver fornecedores locais”, afirmou o executivo.


Otimismo


As perspectivas da concorrente GE, que já teve altos e baixos e quase fechou as portas em 2001, também são otimistas. “O momento chegou. Finalmente o setor entrou na pauta”, disse o presidente da GE Transportation para a América Latina, Guilherme Mello. A GE conta hoje com 500 funcionários e deve encerrar o ano também com 600. Com parque de fornecedores formado, estima compras de US$ 40 milhões em 2011.


Para Mello, o potencial de crescimento está justamente na deficiência brasileira. Enquanto o modal ferroviário representa 25% da matriz de transportes, outros países com dimensão continental têm malhas férreas com participação muito superior: Canadá, 41%; China, 47%; e Rússia, 81%. Sem contar a velocidade média, que fica em 29km/h por hora aqui e em 80km/h na China.


“O Brasil se tornou mercado prioritário para a GE. Esperamos dobrar o faturamento da companhia nos próximos dois anos na região”, afirmou Mello. A concorrência, na visão dele, é natural é saudável. “O mercado melhora para todos e, por isso, os concorrentes chegam. Já estamos aqui há 39 anos e temos planos estratégicos bem delineados”. A frota brasileira hoje é de cerca de 3 mil locomotivas, sendo dois terços da marca GE.


Nenhuma das duas empresas temem que a crise mundial, desenhada como está hoje, atinja seus planos. Segundo os executivos, o medo só existe se a turbulência nos Estados Unidos e na Zona do Euro se prolongar e alcançar o mercado asiático, que pode reduzir compras do Brasil e, por sua vez, o transporte de cargas, especialmente o minério de ferro. Do lado das commodities agrícolas, a sobrevalorização cambial até poderia afetar os negócios, mas a elevação dos preços evita o comprometimento das metas.


A GE, com foco em cargas, não vislumbra a entrada no mercado de transporte de passageiros. Ao contrário da Progress Rail, que aguarda o edital do Trem-bala que ligará São Paulo ao Rio de Janeiro para definir suas estratégias. “Dependendo do edital podemos, eventualmente, discutir parcerias”, disse Rossi.

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