A ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários) classificou de “utópica” a proposta do governo federal que pretende alterar a modelagem de concessões do setor ferroviário brasileiro.
“Operador independente é utopia para um país que tem 29 mil quilômetros de linhas e deveria ter 52 mil quilômetros. [Essa proposta do governo] é um modelo muito evoluído para o país, não cabe no atual estágio do setor no Brasil. É um plano megalômano e despropositado”, afirmou Rodrigo Vilaça, diretor-executivo da ANTF, entidade que reúne as principais operadoras de ferrovia do país, entre as quais a Vale, a ALL, a Transnordestina, a MRS e a FTC (Ferrovia Tereza Cristina).
Para Vilaça, a mudança do modelo de concessão pode inviabilizar um novo ciclo de investimentos necessários à expansão da malha brasileira.
“Não vejo espaço para um investidor independente se interessar por esse negócio”, afirma. Na avaliação da ANTF, em vez de propor mudanças num modelo que já funcionou, o governo deveria acelerar a abertura de licitações para o crescimento da malha férrea do país.
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“Há quanto tempo o país não faz uma licitação ferroviária? O país precisa chegar a 2015 com 35 mil quilômetros e a 2020 com 40 mil quilômetros. Veja. Apenas em uma década vamos atingir a malha que o Brasil tinha em 1958, de 39 mil quilômetros”, afirmou.
Vilaça refuta também a afirmação de que a produtividade das ferrovias brasileiras seja baixa. Hoje o país, segundo ele, é o sétimo em produtividade por quilômetro. A ANTF afirma que o setor investiu R$ 20 bilhões desde 1997, a partir do programa de desestatização de 28,2 mil quilômetros de trilhos da extinta RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.).
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