Com investimentos iniciais de R$ 690 milhões, o Sistema Integrado de Transporte da Região Metropolitana da Baixada Santista começa a sair do papel para entrar nos trilhos. E já enfrenta alguns obstáculos. Em Santos, no litoral de São Paulo, os comerciantes da rua General Câmara temem que o trem tenha um impacto negativo sobre o setor. Esse e outros assuntos foram discutidos em uma audiência promovida pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) nesta terça-feira (18) em Santos.
Nos desenhos das estações do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Baixada Santista é possível ter uma ideia de como o projeto vai alterar a paisagem das cidades por onde passará. E para que isso tudo saia do papel será preciso queimar algumas etapas. A primeira delas é a questão das desapropriações. Segundo o presidente da EMTU Joaquim Lopes, o trajeto do trem não será alterado. “Não vamos mudar o trajeto do trem, ele tem um raio de curva estabelecida e nós precisamos dessas desapropriações que não afetam a legislação ambiental, de proteção, de nada”, explicou.
Em Santos, além de desapropriar áreas, a EMTU vai mexer no trajeto do bonde turístico. É que o caminho do trem no centro da cidade vai coincidir com o do bonde. Por isso, ficou definido que o veículo vai deixar de passar pela rua General Câmara.
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Durante a audiência com representantes da população e de setores envolvidos com o projeto, a organização recebeu críticas e dúvidas. Os comerciantes da rua General Câmara, por exemplo, temem que o estreitamento da via possa sufocar as vendas nas lojas. “Não há o que temer, provavelmente o estudo de trânsito terá que ser revisto para criar algumas vias auxiliares. A gente vai ter que se acostumar a isso, ou a gente quer o empreendimento ou não quer. O VLT vai passar por ali, mas provavelmente vão ter que organizar, sinalizar, estabelecer um horário para que essa atividade de carga e descarga possa ser feita. Em várias cidades se convive com sistemas modernos como esse e não há crise”, afirmou o presidente da EMTU.
E outra questão foi abordada no encontro: o futuro das ciclovias. Para o presidente da Associação Brasileira de Ciclistas, Jessé Teixeira Félix, a bicicleta tem que ser priorizada. “Se não esquecerem das bicicletas está tudo bem. Mas nós queremos que tenha ciclovia ou uma pista compartilhada para andar a bicicleta na avenida Conselheiro Nébias”, afirmou.
Para a EMTU, todas estas questões serão resolvidas. E com o trem quase em movimento. Porque o VLT já tem data para entrar nos trilhos: será no primeiro semestre de 2014. “Nós temos hoje ciclovias já implantadas em projetos, aqui não será diferente. Tem sim bicicletários nas imediações das estações e a gente vai priorizar isso”, afirma o presidente da EMTU.
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