O governador Sérgio Cabral anunciou nesta sexta-feira que a empresa Carris de Portugal, que administra o transporte de bondes no país europeu, firmará um acordo de cooperação técnica com o governo do Estado. O objetivo é aplicar o conhecimento português na revitalização do bondinho de Santa Teresa.
“O ministro nos colocará em contato ainda nesta sexta-feira com o presidente da Carris para firmarmos o acordo. O sistema de bondes é um transporte que funciona muito bem e queremos trazer esse benefício à nossa população. O bonde de Santa Teresa é também um patrimônio e merece ser revitalizado”, disse o governador.
Seis pessoas morreram e 56 ficaram feridas no dia 27 de agosto em acidente com um bondinho de Santa Teresa que fazia o trajeto Largo da Carioca-Dois Irmãos. A tragédia ocorreu na Rua Joaquim Murtinho, próximo ao número 250.
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O anúncio foi feito depois de uma reunião com o ministro-adjunto de Assuntos Parlamentares de Portugal, Miguel Relvas, o vice-governador e coordenador executivo de Projetos e Obras do Estado, Luiz Fernando Pezão, e o prefeito Eduardo Paes. Eles participam da abertura do 6º Encontro Empresarial Brasil-Portugal em Copacabana.
Tragédia pode ser alvo de CPI
Parlamentares pressionam o presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), para autorizar a CPI dos bondes de Santa Teresa. A movimentação começou nesta quinta durante audiência pública para discutir o assunto. Convidados, o secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, e o presidente do Detro, Rogério Onofre, que assumiu a gestão dos bondes desde a tragédia que matou 6 pessoas e feriu 56, não compareceram.
Os dois alegaram problemas na agenda e foram agora convocados, e não mais convidados apenas, junto com o presidente da Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central), Sebastião Rodrigues, pelo presidente da Comissão de Transportes, deputado Marcelo Simão (PSB), a comparecer em nova audiência, dentro de 15 dias. Se não forem, podem responder por crime de responsabilidade, como prevê o Artigo 213 do Regimento Interno da Alerj.
Na audiência, moradores reivindicaram recuperação dos bondes tradicionais, regulamentação do intervalo entre carros para no máximo 10 minutos e transporte público de suporte aos bondes, além do direito de eleger o responsável pela gestão. Presente no encontro que discutiu problemas no transporte, o engenheiro especialista no assunto Fernando McDowell disse ter ficado horrorizado ao visitar a oficina de bondes: “Vi problema de eletricidade”.
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