O primeiro trem de levitação magnética fabricado no país, o Maglev-Cobra, desenvolvimento pela Coppe, da UFRJ, começará a fase de testes operacionais no próximo dia 1º. Um time de pesquisadores estrangeiros chegará ao Rio no próximo domingo para participar de uma conferência e conhecer o veículo flutuante no trajeto em que ele vai funcionar, os 200 metros compreendidos entre dois centros tecnológicos da Cidade Universitária, na Ilha do Fundão.
A composição de quatro módulos (1,5 metro cada um), movido a energia elétrica, não emite dióxido de carbono nem quaisquer ruídos e terá capacidade para 30 passageiros — em princípio, os frequentadores do campus universitário. O projeto contempla ainda a instalação de painéis de energia solar capazes de gerar energia suficiente para alimentar o veículo. Durante a primeira etapa de testes e ajustes da máquina, a velocidade do trem será limitada a 20 quilômetros por hora (km/h). Entretanto, segundo os pesquisadores, o veículo poderá alcançar mais de 100 km/h, dependendo da via.
Além dos benefícios ambientais, a tecnologia de flutuação magnética tem vantagens econômicas. Um quilômetro de construção de um trilho do trem de levitação magnética custará um terço do valor necessário para cada quilômetro construído de metrô. Hoje, um quilômetro de metrô subterrâneo custa de R$ 300 a R$ 400 milhões, segundo o professor da PUC Fernando MacDowell, especialista em sistemas metroviários. As obras das estações na Cidade Universitária começaram em abril do ano passado.
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Desenvolvido no Laboratório de Aplicações de Supercondutores (Lasup) da Coppe, sob a coordenação do professor Richard Stephan, o Maglev será finalizado em 2015, segundo a instituição. O Maglev-Cobra, de acordo com Stephan, está hoje no nível sete de uma escala de evolução tecnológica até dez utilizada pela Nasa, a Agência Espacial dos Estados Unidos. “Ao atingir a etapa seguinte, o projeto estará pronto para a industrialização”, afirmou Stephan.
O teste do maglev brasileiro, com os especialistas a bordo, vai fechar a 22ª Conferência Internacional sobre Sistemas de Levitação Magnética. Entre os participantes estão Lin Guobin, responsável pelo projeto do maglev chinês, e Kay Hameyer, diretor do Instituto de Máquinas Elétricas da Alemanha. Segundo a Coppe, chineses e alemães compartilham com o Brasil a liderança das pesquisas sobre a levitação magnética aplicada à mobilidade urbana.
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