A futura Linha 6-Laranja do Metrô, que ligará a Vila Brasilândia, na zona norte, ao centro da capital paulista, poderá começar a funcionar parcialmente em 2018. A informação foi divulgada nessa quarta-feira, 18, pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que assinou o contrato para a construção do ramal de 15,9 km e 15 estações – a obra será tocada pela iniciativa privada.
O ramal é conhecido como “linha das faculdades”, já que passa perto da Pontifícia Universidade Católica (PUC), Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) e Mackenzie. O traçado por Higienópolis rendeu polêmica em 2011. O Metrô alterou o endereço da Estação Higienópolis, embora negue que a mudança tenha sido motivada por pressão dos moradores.
O consórcio vencedor para tocar o empreendimento, que custará R$ 9,6 bilhões, é o Move São Paulo, formado por Odebrecht, Queiroz Galvão, UTC Participações e Fundo Eco Realty, que irá administrar a Linha 6 por 19 anos após a sua entrega total, até a Estação São Joaquim, prevista para 2020. As obras devem começar no primeiro semestre do ano que vem. As desapropriações serão pagas com recursos do governo, mas feitas pela iniciativa privada. Ao todo, a Linha 6 transportará 633 mil passageiros por dia útil, em média.
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Dez anos. Alckmin também falou sobre a Linha 4-Amarela, construída pelo governo do Estado, mas administrada pela concessionária ViaQuatro. As obras do ramal, que hoje liga a Estação da Luz, no centro, ao Butantã, na zona oeste, começaram em 2004. Questionado sobre a demora para a entrega total da linha, Alckmin disse que o ramal foi programado para ser feito em duas fases.
“Não foi uma PPP (parceria público-privada) integral. Toda a obra física foi feita pelo governo. A PPP foi só material rodante, os trens, enfim. A Linha 4 foi programada em duas etapas, porque o governo não tinha recurso para fazer toda a obra. Então, foi fazendo em etapas.”
O tucano declarou ainda que hoje o governo paulista vive outro momento financeiro, o que permite obras mais complexas em um prazo menor. “O governo tem uma outra situação financeira hoje, graças a Deus.”
O secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, se irritou quando foi perguntado sobre os dez anos que as obras completarão em 2014. “A Linha 4 é em duas etapas. A primeira etapa foi entregue há dois anos.”
Ele admitiu que houve atrasos, mas comparou as obras às dos metrôs europeus. “Uma linha de Paris que tem 113 anos e tem um aumento você diz que ela está há 113 anos sendo construída? A Linha Jubilee, de Londres, que teve uma parte construída agora, mas tem uma parte de mais de 40 anos, levou 40 anos para ser construída? A Linha 2 (Verde) da Paulista vocês estão dizendo que demorou 30 anos para ser construída?”
Em meados dos anos 2000, a promessa do governo era entregar a linha completa em 2010. Contudo, um acidente nas obras da Estação Pinheiros, na zona oeste, com a morte de sete pessoas, levou o governo a rever o prazo. Depois, o prazo passou para 2012. No ano passado, a promessa era que a entrega de todas as estações da linha seria em 2014, mas recentemente o Metrô admitiu que as Estações Vila Sônia e São Paulo-Morumbi só devem sair em 2015.
“O meu papel é fazer com que a obra aconteça e seja entregue. Se eu for ficar olhando para o retrovisor todo dia e chorando, o que você quer? Que eu faça o quê? Pare as obras?”, disse Fernandes. O secretário acrescentou que, em três anos, entregará os atuais 55 km de obras de metrô, nas Linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 15-Prata e 17-Ouro. As inaugurações mais recentes de estações foram em setembro de 2011, das paradas Luz e República da Linha 4-Amarela.
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