O avião pode ser rápido, mas nada substitui a magia de pegar um trem e acompanhar as mudanças de cenário passando pela janela. Para os apaixonados por locomotivas, poucas viagens exercem maior fascínio do que as rotas lendárias percorridas por trens de luxo. E nenhum deles é mais célebre que o Expresso do Oriente.
Pano de fundo de livros de Agatha Christie e Graham Greene, a rota foi criada em 1883 para ligar Paris e Istambul – passando por diversos países europeus, incluindo a Hungria e outros do leste. Os ambientes luxuosos atraíram um séquito de milionários e aristocratas. Mais do que atingir o destino, habitar o hotel seis-estrelas naquela atmosfera era a viagem.
Apesar de o serviço ter sido interrompido em momentos turbulentos e de as rotas terem sido alteradas diversas vezes, a locomotiva atravessou os séculos. Depois de uma reforma em 1982, continua na ativa.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Os 17 vagões transportam 148 passageiros. Com requinte em cada detalhe: da decoração art déco aos lençóis de linho, passando por copos de cristal e talheres de prata.
Até Veneza. Atualmente, a viagem de Paris a Istambul é feita só uma vez por ano, em agosto. Dá para ter um gostinho, porém, nas saídas mensais de uma noite que levam de Paris a Veneza. No Brasil, a TT Operadora (lufthansacc.com) vende essa viagem. Sem parte aérea, sai a partir de US$ 2.600 por pessoa em cabine dupla.
A empresa Orient-Express (orient-express.com), que comprou a mítica locomotiva, também opera o Eastern Express, trem que corta o Sudeste Asiático, passando pela Tailândia e pelo Laos.
Como um marajá. Um palácio sobre rodas. É essa a alcunha do indiano Maharajas Express (rirtl.com), que revive a história do país. Apesar de ser usado para viagens turísticas apenas recentemente, o trem pertenceu a um marajá, assim como uma série de outros no país.
Há alguns vagões que compõem uma única suíte, enorme. Nela, requintes como a torneira de ouro do banheiro convivem com a tecnologia. Na janela, passam cartões-postais como Bombaim, Agra e Delhi.
Para se sentir um marajá, basta fazer parte do grupo seleto que pode desembolsar a partir de US$ 9.369,00 por pessoa em cabine dupla, para o percurso de 11 dias – à venda no Brasil em operadoras como a Queensberry (queensberry.com.br).
Outros trens
Blue Train
Reis e presidentes africanos viajaram a bordo desse trem, que também carrega uma aura mística. A rota principal vai de Pretória à Cidade do Cabo, na África do Sul. Atualmente, dois trens estão em atividade: um acomoda 74 passageiros em 37 suítes e o outro 58 em 29 quartos. Uma das suítes tem até banheira. Site: www.bluetrain.co.Za
Great Brazil Express
Apesar da falta de tradição ferroviária, o Brasil também tem seu trem de luxo, que funciona desde 2008 no Estado do Paraná. Os ambientes esbanjam refinamento: a decoração evoca o Brasil colonial, com direito a teto pintado à mão com imagens da flora do País. O ponto de partida da rota é Curitiba. O roteiro de quatro dias passa por Morretes, Piraquara, Ponta Grossa e Irati, antes de chegar a Cascavel. A viagem é feita durante o dia, à noite os passageiros são instalados nos hotéis. Informações: serraverdeexpress.com.br
Transcantabrico
Pela janela, um quadro de montanhas e paisagens fantásticas do norte da Espanha. O trajeto liga Léon a Santiago de Compostela ou San Sebastian ao mesmo destino final. Depois de fazer a pé o caminho tido como místico, muitos peregrinos voltam de trem, usufruindo dos confortos a bordo. Mais: transcantabrico.com
Seja o primeiro a comentar