O grupo Cosan vai adotar uma estratégia mais agressiva em investimentos em infraestrutura. A companhia tem sobre a mesa importantes projetos em ferrovias, como a participação como sócia minoritária da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), conhecida como Ferrovia da Soja, e investidora em trechos já em operação ou que poderão ser retomados.
O projeto mais ambicioso é o da Fico, que liga Lucas do Rio Verde (MT) a Uruaçu (GO), que terá entroncamento com a Ferrovia Norte-Sul. A decisão para entrar nesse projeto deverá ser tomada assim que o processo de licitação para a construção da ferrovia for definido.
A Fico é considerada uma das prioridades do governo federal, necessária para resolver uma parte do gargalo de escoamento de grãos do País. “Estamos analisando a viabilidade econômica, estamos bem no início”, disse Júlio Fontana, presidente da Cosan Logística.
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Segundo o executivo, responsável pelos planos de expansão da Cosan na área de infraestrutura, a companhia também analisa fazer investimentos diretos em ferrovias. “Seria no modelo de usuário investidor”, afirmou Fontana. Em análise estão quatro projetos nesse sentido, que incluem ferrovias que necessitam de aporte de capital ou estão abandonadas, como o trecho entre Pradópolis e Barretos, no interior de São Paulo.
No novo modelo desenhado pelo governo de Dilma Rousseff para atrair a iniciativa privada, após a escolha da concessionária do trecho, que ficará responsável pelos investimentos em obras e manutenção da via, o governo federal comprará toda a capacidade de movimentação na estrada de ferro.
Os planos iniciais da Cosan em infraestrutura não incluíam sociedade em construção de ferrovias, mas ser operadora ferroviária independente, projeto no qual o grupo segue firme.
Portos. O grupo também tem planos ambiciosos para entrar em projetos portuários, mas como as concessões estão paralisadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União), a companhia poderá acelerar seus projetos de construção (“greenfield”).
O governo federal sinalizou que deverá questionar as falhas apontadas pelo TCU nos estudos que embasam os editais de concessões dos portos. A expectativa das companhias interessadas nesses projetos era de que parte dos leilões fosse marcado ainda para este ano. “Os projetos ‘greenfield’ não dependem de leilões”, disse Fontana.
A companhia possui dois terminais portuários de açúcar em Santos, que estão sob o guarda-chuva da Rumo, empresa que responde à Cosan Logística.
Os projetos de operação portuária em Santos em análise pela Cosan contemplam um terminal de grãos, cuja concessão já venceu e que está sendo operado atualmente por três empresas; dois terminais de fertilizantes e outros dois que serão construídos – um deles reúne os armazéns 9, 10 e 11 e o outro o armazém 32, ambos para abrigar um terminal de celulose. A companhia não descarta fazer investimentos em terminais portuários em Paranaguá (PR), mas ainda não há nada definido nesse sentido.
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