O mercado imobiliário de São Paulo já tem um projeto que prevê a criação de pólos de desenvolvimento na capital paulista para induzir o crescimento descentralizado e sustentável em áreas atualmente degradadas ou com pouco uso. Foi elaborado pelo urbanista Jaime Lerner para o Sindicato da Habitação (Secovi).
A proposta casa com o plano da Prefeitura de utilizar ramais ferroviários como fio condutor de desenvolvimento, com a implementação de três operações urbanas que vão adensar áreas e incentivar o setor imobiliário.
Não há outras propostas da iniciativa privada para adensar regiões na capital e tampouco concurso promovido pela Prefeitura para escolher projetos desse tipo com interesse público. Mas o Metrô de São Paulo já desenvolve trabalho sobre diretrizes urbanísticas para os entornos das estações da cidade.
Os projetos são de responsabilidade da Diretoria de Planejamento, dirigida por Marcos Kassab. “A efetividade das políticas de transporte depende de sua integração com outras políticas urbanas, em especial com a ordenação do uso de solo e de políticas habitacionais”, disse Marcos, no ano passado.
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Transporte e crescimento. “A alternativa é somar soluções de transporte a um desenho da cidade que articule o crescimento. Um novo modelo de ocupação criará polos de desenvolvimento autossustentáveis”, afirmou Lerner, durante o evento Cidades Inovadoras, realizado em Curitiba, em março deste ano.
São oito os polos propostos. Três deles coincidem com os planejados pela Prefeitura: o Diagonal Norte, chamado pela administração como Lapa/Brás; Diagonal Sul Brás/Tamanduateí, denominado Mooca/Vila Carioca; e Rio Verde/Jacu, chamado apenas de Jacu.
O plano de Lerner descentraliza a cidade e desenvolve bairros e áreas degradadas. Cria parques lineares em 160 km do espaço aéreo da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Propõe ilhas de prédios residenciais ao lado desses parques integrados a imóveis com empresas, comércio e lazer. Lerner batizou o projeto de Promenade.
A idéia, segundo Claudio Bernardes, vice-presidente do Secovi, precisa ser debatida com todos os setores da sociedade. “É para criar um espaço urbano polivalente. Os grandes parques lineares suspensos sobre as linhas da CPTM são estruturas leves, com jardins, ciclovias e via para pedestres.” Os polos priorizarão cada região de acordo com as necessidades e características. “Num ponto se põe a criação de empregos e em outros a criação de moradias”, diz Bernardes.
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