O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), defendeu nesta quinta-feira a votação, mesmo sem acordo com a oposição, da Medida Provisória 511/10, que autoriza empréstimos do BNDES de até R$ 20 bilhões para subsidiar as obras do Trem de Alta Velocidade (TAV). “A oposição atrasou desnecessariamente a votação do trem-bala e tínhamos maioria para votar”, afirmou. A matéria deixou de ser votada na quarta-feira (23) por falta de acordo.
Vaccarezza enfatizou que o líder do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), é a favor da obra que ligará Campinas (SP) ao Rio de Janeiro. Conforme Vaccarezza, a manobra para adiar a votação teria sido feita por uma parte do PSDB contrária à proposta. “Deputados dizem que esse dinheiro deveria ir para esgoto e água potável, mas o Brasil tem de fazer também o trem-bala”, disse.
Por meio de sua assessoria, o PSDB informou que obstruiu a votação em plenário nesta semana por não concordar com a criação de mais uma estatal em um momento de corte de gastos.
O relator da matéria, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), incluiu no texto da MP a criação da Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade (Etav), prevista em projeto de lei enviado pelo Executivo em julho de 2010 (PL 7673/10).
O PSDB defende o uso da estrutura de empresas já existentes, como a Valec, responsável pela ferrovia Norte-Sul, para coordenar o projeto do trem-bala. Segundo o partido, a atual engenharia financeira da proposta do governo não se sustenta e é necessário discutir melhor o tema.
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