O terminal rodoferroviário de Itiquira, a 359 km de Cuiabá, será inaugurado neste sábado (02), com a presença do ministro dos Trasportes, Paulo Sérgio Passos. Ele tem capacidade para escoar 100 mil toneladas por dia e deverá gerar 210 empregos diretos.
A nova linha já está operando em caráter experimental desde o final de abril, depois da América Latina Logística (ALL) conseguir a licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O terminal, o terceiro do estado, está instalado em uma área de 70 hectares. Os outros dois ficam em Alto Araguaia e Alto Taquari, respectivamente a 426 e 509 quilômetros da capital.
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Alto Araguaia
O terminal de Alto Araguaia enfrenta problemas de escoamento devido ao alto fluxo de caminhões. Uma das metas da ferrovia é acelerar a recepção e o carregamento. Mais de 60% da soja de Mato Grosso saem pelos trilhos da ferrovia. Cada composição comporta de 6 mil a 8 mil toneladas de carga e faz o serviço de 150 carretas. A viagem dura quatro dias de Alto Araguaia até o Porto de Santos, em São Paulo.
“Nós conseguimos ter um desempenho melhor este ano, aumentando a produtividade do terminal, passando de 30 caminhões por hora para 40”, afirmou o Coordenador de produção do terminal, Flávio José da Silva.
Expansão
Rondonópolis será o próximo destino da ferrovia. As obras do Complexo Intermodal de Rondonópolis (CIR) já começaram em abril deste ano, com a terraplanagem e drenagem. Ele será construído em uma área de 400 hectares nas proximidades da BR-163, na saída para Campo Grande (MS). O terminal rodoferroviário terá uma estrutura para comportar os caminhões e um posto de abastecimento. A ALL calcula que três mil pessoas irão trabalhar na unidade.
A expectativa é que o município seja um dos maiores centros de recebimento e transporte da soja da América Latina com movimentação de até 15 milhões de toneladas por ano até 2015. Investimento que deve ficar em torno de R$ 750 milhões.
O projeto é estender a linha ferroviária até Cuiabá. A projeção da Secretaria Extraordinária de Acompanhamento da Logística Intermodal de Transportes é que até 2013 os estudos de impacto ambiental e o projeto estejam prontos. “Conseguimos um orçamento de R$ 14 milhões para a etapa inicial do projeto que deve durar 18 meses. Já a construção da ferrovia irá ficar entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão. Estamos estudando a possibilidade da linha transportar também passageiros”, destacou o secretário-extraordinário de Estado de Acompanhamento da Logística Intermodal de Transportes, Francisco Vuolo.
Fico
Mato Grosso deve ser atendido por outro empreendimento, a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), ligando em uma primeira etapa Campinorte, em Goiás, até Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso. A obra faz parte do Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC 2).
Numa segunda fase a ferrovia deve chegar à Vilhena, em Rondônia. Ela terá o papel de integrar regiões. Em Goiás os trilhos vão se conectar à outra ferrovia, a Norte-sul. A produção de Mato Grosso terá, então, caminho aberto até outros portos como o de Itaqui, no Maranhão, diminuindo os custos de escoamento.
De acordo com José Eduardo Castelo Branco, presidente da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias, responsável pela obra, em um ano os procedimentos contratuais e o projeto estarão prontos. O prazo para início das obras é de 15 meses.
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