O terminal intermodal rodoferroviário de cargas prossegue sem projeto básico de construção. Ele foi uma das metas estabelecidas no Plano Estratégico em 2009, no primeiro ano do segundo mandato do prefeito Vitor Lippi (PSDB). No entanto continua na intenção a contratação de estudos para implantar o terminal com o objetivo de escoar por via férrea a produção de produtos acabados de Sorocaba e região para o Porto de Santos e capital. No caminho inverso, os trens poderão trazer matéria-prima para abastecer as indústrias locais. O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Mário Tanigawa, diz que com o projeto do Governo do Estado de implantar um trem rápido da capital até o município, a administração sorocabana decidiu aguardar a definição do projeto estadual. Quem sabe o Estado não considere viável construir os terminais que atendam tanto os passageiros como o transporte de cargas?, torce o secretário Tanigawa.
O presidente da Urbes – Trânsito e Transportes, Renato Gianolla, revelou que está sendo agendada uma data dentro de duas semanas com os representantes da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos e profissionais contratados pelo Governo Estadual para elaborar os estudos de implantação do trem rápido de passageiros. Segundo Gianolla, eles querem conhecer qual é a condição do trânsito urbano em Sorocaba e quais projetos existem para os próximos anos, como por exemplo, se há previsão ou não da faixa exclusiva para ônibus. Precisam saber quanto tempo os passageiros que vierem de trem em cerca de 40 minutos de São Paulo levarão para locomover-se dentro de Sorocaba, explica Gianolla.
Apesar do projeto de lei que fixa orçamento do município para 2012 prever uma verba de R$ 100 mil para os estudos de implantação do terminal rodoviário, o secretário Mário Tanigawa explica que provavelmente ele só será contratado depois de todas definições do Estado. Em 2009, o terminal foi pensado como alternativa ao transporte de cargas por rodovias, que inclusive tende a ser mais barato. O local de instalação será apontado pelo estudo, mas Tanigawa cita que o ideal seria nas proximidades da rodovia Castello Branco (SP-280), para atender a zona industrial e entorno da Toyota, inclusive com a proximidade do posto alfandegário, na rodovia SP-75 (Castelinho). Ou então na rodovia Raposo Tavares (SP-270), com uma possível duplicação.
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Funcionamento do rodoferroviário
A intenção é que quando contratado, o estudo também aponte se o terminal rodoferroviário atenderá toda a região e se de fato o melhor local para a sua instalação será Sorocaba ou algum município vizinho. Na prática, caminhões fariam o trajeto das empresas de Sorocaba e região até o terminal rodoferroviário e vice-versa. A ida e volta das cargas de São Paulo ou Porto de Santos ao terminal seria feita de trem e o restante do trajeto local, de caminhões. Tanigawa disse que quando os empresários da Toyota analisavam em qual município instalaria a empresa que está sendo instalada em Sorocaba, um dos critério foi a variedade de meio de transportes que poderia usar para escoar a produção.
Trens de carga e passageiros
Em janeiro deste ano o Cruzeiro do Sul divulgou que o estudo que está sendo feito pelo Estado analisa três diferentes alternativas para o traçado de São Paulo a Sorocaba. O compartilhamento dos trilhos tanto para o transporte de cargas como o de e passageiros; a instalação de novos trilhos paralelamente ao já existente para que cada via transporte carga ou passageiros ou ainda a construção de um traçado de linha férrea diferente do existente. Mas o estudo partia da hipótese que o compartilhamento das linhas entre os trens de carga e os de passageiros não é viável por conta da intenção de expandir o transporte de cargas ferroviárias e os corredores de exportação.
40 ou 55 minutos
O estudo prévio da Secretaria de Transportes Metropolitanos mostra que as modificações que forem feitas nos traçados também definirão o tempo de viagem para o transporte de passageiros de Sorocaba a São Paulo: 40 ou 55 minutos. Segundo o levantamento da Secretaria dos Transporte Metropolitanos, se adotados raios mínimos de curva de 600 metros e velocidade máxima na ordem de 105 km/h, estima-se um tempo de viagem da ordem de 55 minutos, implicando na alteração de pelo menos 230 curvas do traçado existente. Considerando a distância de 90 km a uma velocidade de 150 km/h, estima-se que a viagem durasse cerca de 40 minutos. Para isso será necessária a alteração de pelo menos 263 curvas, adotando o raio de mil metros. Raios mínimos de 600 metros nas curvas permitem velocidades na ordem de 100 km/h.
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