A Ferroeste vai fechar 2013 com um faturamento estimado de R$ 12,3 milhões. É o maior faturamento dos últimos três anos, informa o presidente João Vicente Bresolin Araujo. Segundo ele, o resultado representa crescimento de 15% em relação a 2011 e de 7% sobre 2012.
Outro destaque, Bresolin Araujo sublinha, é o investimento de R$ 1,5 milhão, previsto até dezembro, o maior da década. Os números são o resultado de um novo modelo operacional, implantado para melhorar a gestão da empresa.
Entre os resultados mais promissores estão a modernização da frota e a instalação dos terminais ferroviários da Cotriguaçu (Cascavel) e da Lustoza Agrologística (Guarapuava). Esse conjunto de investimentos, assim como o avanço nos estudos e projetos de expansão, “demonstram a confiança da iniciativa privada e do Governo no crescimento da Ferroeste”, ressalta o presidente.
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Investimentos
Os investimentos da Ferroeste este ano, com recursos próprios, foram destinados basicamente à melhoria da produção. A empresa também alocou recursos pra aumentar a segurança das locomotivas, atualizando o sistema de freios pneumáticos e elétricos e melhorando a tecnologia operacional com a instalação de CBLs (computadores de bordo para locomotivas).
A empresa ampliou o sistema de detectores de descarrilamento para melhorar a segurança da via permanente e destinou recursos para a integração dos sistemas de tecnologia da informação (TI), informa o presidente da companhia.
“Transit Time”
Os investimentos com foco nos resultados, segundo Bresolin Araujo, estão em linha com o novo modelo operacional e permitiram consolidar o fluxo interno dos trens (Cascavel-Guarapuava), reduzindo com isso o tempo das viagens (“transit time”) em cerca de 30%.
Medidas como a instalação de areeiro, equipamento que abastece de areia os rodados das máquinas, e a instalação de novas bombas de combustível, de maior capacidade, também impactaram na diminuição “transit time”.
Para implementar esse novo modelo operacional, a empresa comprou novos motores de tração, proporcionando maior confiabilidade às locomotivas. Com essa medida, a frota sofre menos avarias e permanece mais tempo no trecho.
As providências ajudaram a melhorar as estatísticas do setor de manutenção da empresa, que também se beneficiou com a doação de peças pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte). O material de reposição é utilizado em reformas e na manutenção das máquinas.
Operações
Outro ponto destacado pelo presidente Bresolin Araujo foi a assinatura do Contrato Operacional Específico (COE) com a empresa ALL, que opera o trecho Guarapuava-Porto de Paranaguá, após dois anos de negociações.
O acordo foi possível graças à modernização da frota e da manutenção da via e à redução do ciclo de vagões, com ganhos de produtividade, viabilizando o tráfego da Ferroeste até Ponta Grossa pela malha da ALL.
A assinatura do COE é resultado da nova política da empresa de reaproximação com clientes e parceiros. A instalação de dois terminais privados, este ano, em Cascavel e Guarapuava, respectivamente, é decorrência dessa política.
Outra consequência do novo modelo operacional foi a retomada do transporte de óleo vegetal pela ferrovia, depois de muito tempo, e também a retomada do transporte de farelo entre Guarapuava e Paranaguá, graças ao esforço de captação de novos fluxos pela área comercial da empresa.
Por outro lado, em 2013, em relação a 2012, a Ferroeste registrou transporte recorde de contêineres, com crescimento de 26,9%. Também houve aumento de 56% na movimentação de inflamáveis.
Ativos
A diretoria também promoveu a reforma de vários equipamentos este ano. Foram reformados tanto o auto de linha, utilizado para transporte de pessoal na via permanente, quanto o trator utilizado nos trabalhos de roçadas e limpeza do terminal em Cascavel.
Outros itens que passaram a integrar os ativos da empresa foram uma empilhadeira, uma van para transporte de pessoal, e uma picape cabine dupla Nissan Frontier utilizada em serviços na via permanente e para facilitar o deslocamento dos maquinistas.
No plano administrativo, a Ferroeste, que este ano completou 25 nos de criação, está implementando o plano de cargos e salários para “valorizar os funcionários e preparar a empresa para o futuro”, explica o presidente.
EXPANSÃO
No plano político, o governo Beto Richa está empenhado na expansão da Ferroeste. Os trilhos da empresa chegarão a Maracaju (MS) e à área portuária no litoral do Estado. Os estudos econômico-financeiros e os projetos de construção dos novos ramais já estão em andamento em parceria com o governo federal e as forças produtivas do Estado.
“Em médio prazo, o Paraná terá uma ferrovia de mais mil quilômetros com capacidade de transportar cerca de 40 milhões de toneladas de grãos ao ano”, explica o presidente da Ferroeste.
Choque de gestão nas operações da ferrovia
“O balanço das atividades da Ferroeste, ao chegarmos ao final deste ano, é muito positivo”, segundo o presidente João Vicente Bresolin Araujo. Desde janeiro de 2011, disse ele, a Ferroeste vem recebendo um “choque de gestão” e caminha para otimizar seu desempenho.
“Gostaríamos que fosse um resultado muito melhor”, destacou Bresolin Araujo, “mas o processo de recuperação econômico-financeiro da empresa, depois de anos de dificuldades operacionais, é um pouco lento”.
A Ferroeste – lembra o dirigente – é uma das 100 maiores empresas do Estado e uma das 500 maiores do Sul do país. “Este é um patrimônio do povo paranaense que precisa ser viabilizado para melhor atender às necessidades logísticas do Estado”.
Para o presidente, o caminho “não é fácil nem será curto”, mas já está sendo trilhado. “Como disse recentemente o governador Beto Richa, não há Senhor do Bom Começo, apenas o Senhor do Bonfim”.
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