Uma cratera que se formou embaixo da linha férrea que passa pelo trecho urbano de Itapetininga (SP) tem causado preocupação aos moradores da região central da cidade. O buraco provocado pela chuva deixou os trilhos suspensos e por isso, o local deixou de ser utilizado por trens. No local – anteriormente havia apenas uma valeta formada pela enxurrada – abriu-se uma cratera que, segundo a prefeitura tem 25 metros de largura e 50 de comprimento. Já a profundidade não foi medida pela equipe da Secretaria de Obras da cidade, mas moradores calculam que atinja pelo menos oito metros de profundidade.
No fundo da cratera é possível encontrar pedaços de concreto de uma galeria de água que foi destruída com a força da água. Além dos trilhos, a grade de proteção ao entorno da linha também está suspensa. Já os cabos de telefonia ficaram descobertos.
De acordo com os moradores e pessoas que passam pelo local, o problema foi constatado em abril logo após uma forte chuva. O lavador de carros Valdinei de Oliveira Lima é um dos moradores que passa pelo local diariamente. Ele conta que, por causa do mato alto, não tinha visto o problema. Ele só ficou sabendo do buraco depois de uma reportagem exibida em abril pela TV TEM e também publicada no G1. Lima teme o possível aumento da cratera já que voltou a chover na região nos últimos dias. “Acho que com tanta chuva, o buraco está aumentando. Ele ainda não oferece tanto risco já que está a alguns metros da passagem de pedestres, mas se acabar aumentando é perigoso machucar alguém”, afirma.
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A erosão fica próxima a um trecho de passagem de pedestres, o que deixa os usuários do trecho com medo de um acidente. Em entrevista ao G1, a auxiliar de serviços administrativos Daniele da Cruz Paiva também diz temer um provável aumento da erosão. “Por enquanto ninguém percebe esse buraco, mas e se ele aumentar? Por causa do mato que a linha do trem tem, não dá para ver e à noite é ainda pior. Passo por aqui de manhã, quando vou ao trabalho, e durante a noite, quando volto. Sei que a visibilidade é ruim, pois, não há nenhuma iluminação”, exclama.
Entenda o caso
A cratera está localizada no trecho da linha férrea atrás do prédio do Fundo Social de Solidariedade e próximo da antiga Estação da Fepasa, no bairro Jardim das Margaridas, região central. Ela foi formada depois de uma forte chuva que atingiu o munícipio em 19 de abril. A galeria de água no solo foi rompida provocando o problema.
A artesã Ricarda Santos mora próximo ao local e diz que ficou assustada quando viu a erosão. Segundo ela, dias antes havia apenas uma valeta na área. “Estava um buraco como se você estivesse abrindo ali uma valeta. Mas após a chuva, com a força da água que veio, aconteceu de estourar a tubulação para a água e acabou abrindo essa cratera”, comenta.
Outro lado
A concessionária que administra o trecho da linha férrea, a América Latina Logística (ALL) informa que a erosão é proveniente do escoamento de água pluvial das ruas e que já notificou a prefeitura para solucionar a questão.
A empresa ressalta que a recuperação da linha férrea só pode ser realizada após o município fazer a restauração da galeria pluvial. Equipes técnicas da concessionária isolaram a área e monitoram a condição da via e do solo para garantir a segurança da operação ferroviária na cidade.
A Prefeitura de Itapetininga informou, por nota, que equipes da Secretaria de Obras estiveram no local, no entanto, alega que não pode executar obras no trecho porque ele pertence à ALL. A prefeitura ressalta ainda que deve participar de uma visita da equipe técnica da ALL que vai estudar qual providência cabe a cada órgão para uma solução do problema.
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