A retomada dos investimentos em ferrovias no País está trazendo novas oportunidades de negócios. Diante do cenário promissor, investidores do Brasil e China pretendem implantar no País uma unidade de fabricação de locomotivas. O projeto inicial prevê a importação de componentes e a produção dos trucks das locomotivas em território nacional.
Além de reduzir o custo das máquinas, já que esse componente responde por até 20% do preço final, a fabricação pode auxiliar na consolidação da marca no Brasil. Além da produção das locomotivas, a parceria firmada entre as empresas EIF Engenharia , que atua no mercado nacional de manutenção, e a China Northern Locomotive & Rolling (CNR), fabricante de vagões e locomotivas, prevê a locação dos equipamentos.
De acordo com o diretor da EIF, Carlos Braconi, a produção dos trucks e a montagem das unidades, além de reduzir os custos, garantirão a estrutura necessária para a prestação de serviços de manutenção, que de acordo com a proposta ficará a cargo da EIF. Braconi diz que os contratos de locação estão sendo estruturados e toda a manutenção das locomotivas ficará por conta da empresa, o que reduz o risco para a concessionária ou operadora logística. Até 2010, o grupo pretende colocar no mercado nacional 240 novas locomotivas produzidas em parceria. A previsão para o setor como um todo é para que nos próximos quatro anos 500 novas unidades devem entrar em operação. Hoje, existem 2,5 mil locomotivas em atividade no Brasil. Carlos Braconi acrescenta que as primeiras propostas estão sendo analisadas e devem incluir entre 30 e 50 locomotivas. A previsão é começar a operar nos próximos dois anos.
O vice-presidente da CNR, Gao Zhi, acredita que com a parceria o maquinário produzido na China passará a ser mais conhecido no Brasil e nos demais países da América Latina. A CNR já exportou unidades para 12 países localizados principalmente nos continentes da Ásia e África, entre Irã, Malásia. Atualmente na China estão em operação 17 mil unidades produzidas pela CNR, que é responsável por 65% do mercado de locomotivas movidas a diesel. De acordo com o projeto, a CNR e a EIF produzirão três modelos de locomotivas. “Acreditamos que com essas versões teremos condição de atender 95% das necessidades do mercado brasileiro”, disse o executivo.
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