Cidades do interior paulista ligadas a importantes pólos produtivos começam a unir esforços para chamar a atenção de governos e de investidores privados, para atrair aportes para trechos ferroviários em desuso, além de implantar terminais de carga, necessários à otimização do escoamento da produção, especialmente em acesso ao maior porto do País, o de Santos. Há casos em que parte da cobrança recai sobre operadores como a América Latina Logística (ALL), que, apesar de deter a concessão de trechos de malhas em que alguns municípios desejam desenvolver as ligações, não os utiliza em suas movimentações carga por falta de equilíbrio na demanda-custo. A ALL disse estudar constantemente projetos para viabilizar essas retomadas.
A MRS Logística tenta tocar um projeto para que se eliminem as restrições de tráfego na região metropolitana de São Paulo, onde tem de dividir espaço com o transporte de passageiros, o que pode levar o sistema a um gargalo insolúvel em alguns anos. Enquanto isso, a Ferrovia Centro Atlântica (FCA), da Vale, afirma ter retomado trechos inativos que absorveu com a partir de sua concessão, para fomentar a demanda local, além de fazer aportes em alguns ramais paulistas da FCA.
“Temos consciência de que tem de existir esforço por parte dos municípios para demonstrar à iniciativa privada que há demanda suficiente para comportar os investimentos”, analisou fonte do setor, incluindo que é necessária a possibilidade de que uma concessão de determinado trecho, não utilizada pela operadora, possa passar a alguém que se interesse pela operação. Os gargalos foram discutidos durante o 6º Seminário sobre Ferrovias , realizado na Federação Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), onde se apontou a revitalização de trechos no entorno de cidades como Sorocaba, Piracicaba e Ribeirão Preto.
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