Ao andar de trem, já é quase impossível não se balançar com os movimentos nos trilhos. Imagine, então, estar em um vagão ao som de pandeiro, cavaquinho, timba… Aí é que não dá para ficar parado mesmo! Na manhã deste sábado, em meio ao percurso entre a Estação João Felipe e Maracanaú e também em direção a Caucaia, muitos foram os passageiros que não ficaram sentados, diante das comemorações do Dia Nacional do Samba, celebrado no próximo dia 2.
Promovida pela Associação Movimento Vem pro Samba, a programação, iniciada na última sexta-feira, segue até a próxima terça, buscando mostrar que no Ceará há, sim, samba de raiz, além de organizar os grupos de sambistas existentes. “A população gosta de samba, mas não o conhece a fundo. Foi o primeiro ritmo tocado no Brasil e todos os que vieram depois tiveram o samba como percursor”, explica Carlos Mesquita, um dos organizadores do evento e integrante da Associação Movimento Vem pro Samba.
De acordo com Mesquita, a Associação, fundada há três anos, desde 2006 organiza eventos para resgatar, difundir o ritmo e apresentar os novos compositores cearenses. Para se ter uma idéia, enumera, um total de 24 grupos do gêneros são associados ao Movimento, cujo idealizador foi o sambista Carlinhos Palhano. “A própria organização do samba deixa muito a desejar. É tudo muito solto, disperso, cada um para seu lado”, explica.
Para mudar esse quadro, as atrações foram pensadas para alcançar cerca de 5 mil pessoas nos quatro dias e integrar os sambistas. “Acho interessante a iniciativa, porque é uma maneira de mostrar que no Ceará também tem samba, pois muitos pensam que só tem no Rio de Janeiro. Devia ter mais formas de popularizar o samba”, compartilha a desempregada, Nalú de Lima, 46 anos.
Para a funcionária pública Verônica Prata, 45 anos, os eventos são justamente uma forma de quebrar a idéia de que a cidade do samba é o Rio. Por outro lado, conforme ressaltou, é uma maneira de diversão para quem já passa a semana inteira trabalhando. “É uma forma diferente de começar o fim de semana, já passa a semana estressada com o trabalho”, desabafa.
Para Verônica, que não se continha de felicidade com a idéia de subir no trem levada pelas batucadas do samba, “o movimento tende a crescer cada vez mais, porque muitos gostam de sambar”. Além disso, como revelou, a possibilidade de unir o samba e a viagem de trem foi única. Isso porque não é sempre que se aproveita o transporte para se locomover na cidade. “É a segunda vez que ando de trem e aliar isso às músicas e batuques do samba é bárbaro”.
Mais informações:
Movimento Vem Pro Samba:
Dia 30, 10 horas, Dragão do Mar; 13 horas, feijoada no Oásis
Dia 2, 17 horas, roda de samba, Praça José de Alencar
Seja o primeiro a comentar