Vale acusa IBS de favorecimento

MERCADO ABERTO

A Vale do Rio Doce decidiu partir para o confronto e atacar o IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia), que acusa a companhia de concentração de poder tanto no setor de mineração como no ferroviário. O assunto está sob análise do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e deve ser julgado no dia 10 de agosto.

Segundo o advogado José Del Chiaro, escalado pela Vale para atuar como porta-voz nesse caso, o IBS tem tentado favorecer duas siderúrgicas, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e a Gerdau, sem se preocupar com o mercado e a maior competitividade entre as siderúrgicas. `O IBS defende apenas os interesses privados dessas siderúrgicas`, diz Del Chiaro.

De acordo com o advogado, esse favorecimento se explicita no caso da CSN, por exemplo, quando o IBS defende que a Vale abra mão do acordo de preferência sobre o excedente de produção na mina de Casa de Pedra. O acordo foi fechado no descruzamento de ações das duas empresas e será um dos temas a ser julgado pelo Cade. A SDE (Secretaria de Direito Econômico) deu parecer favorável à CSN.

Já o favorecimento do IBS em relação à Gerdau, segundo Del Chiaro, se dá por conta da participação da mineradora na MRS Logística, concessionária das estradas de ferro da malha Sudeste. Caso a Vale seja obrigada pelo Cade a sair da MRS, pelo fato de ter mais de 38% de participação na FERROVIA, a Gerdau é a principal candidata para comprar a parte da Vale.

O IBS rebate as acusações da Vale. Segundo Marco Polo de Mello Lopes, vice-presidente-executivo do instituto, há um problema concreto, que é o excesso de concentração da Vale. De acordo com ele, a mineradora detém 92% do fornecimento de minério de ferro no país e o controle da estrutura ferroviária. `O que nós defendemos é a maior concorrência no setor.`

Fonte: Folha de S. Paulo