A América Latina Logística (ALL) pretende investir R$ 160 milhões em 2005, segundo informou o presidente da empresa, Bernardo Hees. Quantia que será aplicada na aquisição de locomotivas, em via permanente, tecnologia e treinamento. No ano passado a companhia investiu R$ 188,6 milhões, o que representou um crescimento de 82,2% em relação a 2003. A meta é destinar de R$ 200 milhões a R$ 250 milhões em investimentos por ano nos próximos exercícios.
O volume transportado, que no ano passado totalizou 23 milhões de toneladas – 18,6 bilhões de TKUs (tonelada por quilômetro útil) – deverá ter um crescimento de 15% neste ano, segundo previsão do presidente da empresa. “A ALL tem grande potencial para crescer porque, mesmo com uma possível queda no volume transportado pelas empresas de logística do País, a companhia ainda tem muito mercado para conquistar de seus concorrentes”, disse o executivo. Foi o que aconteceu, cita ele, em 2004, quando a safra de soja caiu em 20% e essa queda do volume de operação foi substituída pela conquista de clientes de concorrentes, garantindo o crescimento da empresa.
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O mesmo argumento foi utilizado pelos executivos da ALL para negar que a desvalorização do dólar possa prejudicar os resultados da companhia se seus clientes exportarem menos. O diretor financeiro e de relações com investidores, Sergio Pedreiro, afirmou que a empresa não tem exposição financeira ao dólar. De acordo com Pedreiro, a companhia encerrou 2004 com market share de 30% nos segmentos em que atua.
O lucro líquido atingiu R$ 150 milhões, garantindo o melhor resultado de toda a história da empresa, segundo avaliação de Bernardo Hees, e foi decorrente do crescimento operacional. “O Ebitda consolidado cresceu 30% em relação a 2003, ao passar de R$ 270,7 milhões para R$ 350,9 milhões”, destacou o executivo. Em 2004 o ganho líquido foi de R$ 4,4 milhões. No quarto trimestre do ano passado, a empresa teve lucro de R$ 51 milhões. No mesmo período de 2003 o prejuízo líquido foi de R$ 3,9 milhões.
A ALL, que iniciou suas atividades em março de 1997 como Ferrovia Sul Atlântico (FCA), ao vencer o processo de privatização da malha ferroviária Sul (PR, SC e RS), opera 624 locomotivas, 18.314 vagões, 1.811 veículos rodoviários, uma rede de ferrovias com mais de 16 mil quilômetros de extensão e cerca de 185 mil metros quadrados de áreas de armazenamento.
Vagões e locomotivas – No ano passado a empresa fechou um dos grande contrato com a Bunge Alimentos, o que assegurou crescimento de cerca de 5 mil vagões novos para o período de 2005 e 2010. Para 2005, segundo informou Hees, a empresa tem definido pelos seus clientes a aquisição de 2 mil vagões – 1.300 novos e 700 reformados. Além disso, tem um programa para reformar uma frota de 38 locomotivas.
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