O Governo da Bolívia anunciou hoje que construirá uma ferrovia na fronteira com o Brasil para favorecer a futura exportação do ferro de uma das maiores minas da América do Sul, a de Mutún, que será explorada pela empresa indiana Jindal.
O ministro da Fazenda boliviano, Luis Arce, afirmou em comunicado que a construção da ferrovia no departamento de Santa Cruz é, para o Governo, uma prioridade nacional por (razões) geopolíticas.
Nessa mesma região está localizada a jazida de Mutún que, com reservas estimadas em mais de 40 bilhões de toneladas de ferro e outros minerais, começará a produzir dentro de três anos.
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O objetivo do projeto governamental é atender à demanda de transporte de ferro e seus derivados, e permitir o desenvolvimento de uma saída alternativa da produção nacional para o Oceano Atlântico, afirmou o comunicado.
Segundo o documento, os produtos gerados pela mina de Mutún serão transportados por via férrea até a localidade boliviana de Puerto Busch, na fronteira com o Brasil, e deste local partirão em barcas até os portos fluviais de Rosario (Argentina) e Nueva Palmira (Uruguai).
Não podemos entregar a construção de uma ferrovia na fronteira a empresas privadas. Portanto, o Estado boliviano levará o projeto adiante, disse Arce.
No entanto, o ministro boliviano antecipou que a iniciativa poderia contar com a participação de uma empresa privada, com uma porcentagem que ficaria em torno de 35%.
Após nove meses de desacordos e intensas negociações, o Governo e a Jindal assinaram, na semana passada, o convênio que permitirá à siderúrgica explorar a metade da mina de Mutún durante 40 anos.
Com um investimento previsto de US$ 2,1 bilhões por parte da empresa indiana, o Estado boliviano obterá US$ 100 milhões por ano a partir de 2011, número que deverá dobrar a partir de 2014, segundo cálculos do Ministério da Fazenda.
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