É através de negociações políticas que Luiz Henrique da Silveira (PMDB) planeja implementar a criação do corredor bioceânico e avalancar o crescimento das exportações em Santa Catarina. O peemedebista, que iniciou ontem sua viagem a Buenos Aires (Argentina), ouviu do vice-presidente argentino Daniel Scioli que terá total apoio na criação do sistema rodoferroviário que irá interligar o Brasil a Argentina e ao Chile.
`Os argentinos estão convictos de que é necessário cooperar e se integrar aos vizinhos para viabilizar o desenvolvimento social e econômico`, observou Scioli no encontro realizado na Casa Rosada (sede do governo argentino). A discussão, restrita a algumas autoridades, contou também com a participação do secretário de Articulação Internacional, Roberto Colin, e embaixador do Brasil na Argentina, Mauro Luiz Vieira.
O governador, que deflagrou a busca pelo apoio político para a realização da obra, se disse satisfeito diante da receptividade das autoridades argentinas. Até porque, além de ter encontrado respaldo nas declarações do vice-presidente argentino Daniel Scioli, também constatou o interesse do Secretário de Transportes, Ricardo Raul Jaime, e do Ministro de Obras Públicas José Francisco Lopez.
`É claro que não se pode pensar em integração dos mercados se não houver a integração física`, ressaltou LHS. Os argentinos e catarinenses falaram sobre os detalhes da conclusão dos trechos que ainda faltam ser asfaltados para completar a ligação entre Santa Catarina e Argentina. A necessidade de pavimentar 41 quilômetros entre Paraíso (SC) e San Pedro (Argentina), na BR 282, acabou sendo um consenso. Os catarinenses também se disseram dispostos a construir e pavimentar a estrada entre São José do Cerrito e Vargem (67 quilômetros) e entre São Miguel do Oeste a Paraíso (29 quilômetros).
A criação da malha ferroviária que deve ligar Santa Catarina ao Oceano Pacífico também acabou sendo discutida entre as autoridades catarinenses e argentinas.
A conclusão da obra depende da construção de 600 quilômetros (300 quilômetros entre Porto União e Dionísio Cerqueira e outros 300 quilômetros entre Dionísio Cerqueira e Posadas). A meta de Santa Catarina é garantir a realização das obras em 2006. As autoridades da Argentina vão analisar o material nos próximos dias para somente então falar em prazos.
Argentina quer corredor bioceânico
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