O diretor administrativo da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), Jorge Luiz de Mello, divulgou ontem uma notícia muito aguardada pelos empresários da região: a reativação do transporte de cargas por via ferroviária entre Recife e Propriá, em Alagoas. Segundo Mello, a linha deve voltar a funcionar já na metade do próximo ano.
Este trecho estava parado há cerca de cinco anos, quando parte da malha foi destruída por fortes chuvas que ocorreram em 2000. Desde essa época, o transporte de cargas ferroviárias entre as duas cidades estava sem funcionar. A maior dificuldade para reativar a linha era definir quem iria pagar pela reconstrução, por causa de um vácuo jurídico durante o processo de privatização.
A concessão da malha previa que a CFN seria responsável pela manutenção do trecho, mas não estava definido quem pagaria pela reconstrução dos trilhos caso fossem destruídos por acidente natural. “Talvez pela forma apressada com que foi feita a privatização, essa questão de como seria a reconstrução demorou para ser equacionada. Mas já resolvemos a questão. A fonte de recursos deve ser o Finor”, disse. O trecho equivale a 600 km e deve custar R$ 100 milhões a sua reconstrução.
Espera-se que na metade do próximo ano a linha entre em operação. Entretanto, a CFN vai apenas reativar a linha que funcionava com tecnologia antiga, trafegando a 30 km por hora – metade da velocidade da nova Transnordestina. “O volume de cargas não compensa mudar. A tecnologia é antiga, com rampas acentuadas, o que diminuiu a velocidade comercial”, explica Mello.
Segundo ele, essa linha comercializa produtos da indústria sucroalcooleira entre Pernambuco e Alagoas, além de fazer operações de tráfego mútuo com destino final em Salvador, com destaque para produtos de siderurgia, petroquímica, cimento e comércio entre essas cidades. Nesse tipo de operação, a carga ia até a cidade alagoana e seguia de carreta para Salvador.
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CFN vai reativar o transporte de carga entre Recife e Própriá
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