O governo do Estado inicia na próxima segunda-feira a desapropriação de 358 imóveis que estão localizados no trecho Salgueiro-Trindade da Ferrovia Transnordestina, que vai ligar a cidade de Eliseu Martins, no Piauí, aos portos de Pecém, no Ceará, e de Suape. As desapropriações vão ocorrer por um convênio no qual o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) repassou 90% dos recursos que serão usados para o governo do Estado, que contratou uma empresa privada para fazer o serviço. Os recursos do DNIT foram depositados na conta do governo de Pernambuco desde 2004.
A estimativa é que as desapropriações deste trecho tenham um custo superior a R$ 1,5 milhão. O Estado vai bancar 10% do valor das desapropriações. “O projeto executivo (deste trecho) foi concluído e aprovado pelo DNIT e governo do Estado esta semana”, explicou o superintendente de Projetos Estruturadores da Secretaria estadual de Desenvolvimento Econômico, Artur Maciel, explicando uma parte do atraso no início da desapropriação.
Na realidade, não existia projeto executivo e nem a determinação empresarial e política para construir a ferrovia. O projeto tem um custo de R$ 4,5 bilhões e a Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN) entrará com pouco mais de R$ 1 bilhão. O restante sairá da União via Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) e do antigo Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor).
As desapropriações do trecho Salgueiro-Trindade serão feitas pela Geosistemas Ltda., contratada pela Secretaria e pelo DNIT. O serviço deverá ser concluído até o dia 6 de abril de 2008. “Vamos nos esforçar para concluir antes do previsto”, comentou o diretor da empresa, Henrique Pinto.
Ele também afirmou que até o final deste ano pelo menos 20 quilômetros do trecho Salgueiro-Trindade deverão estar liberados para a CFN realizar as obras.
A ferrovia Transnordestina terá 1.860 quilômetros e foi iniciada, em junho do ano passado, no trecho que liga Salgueiro, no sertão de Pernambuco, a Missão Velha, no Ceará. Até agora, não foram concluídos nem os 10 primeiros quilômetros.
Reunião – Ontem, ocorreu uma reunião no Palácio Campo das Princesas com o governador Eduardo Campos (PSB), o presidente da CFN, Tufi Daher e representantes do DNIT e do Ibama. A intenção do governo do Estado é fazer uma ação integrada com o governo federal para que a CFN a acelere a construção da ferrovia. Anteontem, também ocorreu um encontro do governador com o presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruck. A CFN é uma subsidiária da CSN.
Esta semana, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff também ameaçou cassar a concessão da CFN, caso a empresa não acelere o ritmo das obras da Transnordestina. A CFN explora, sob a forma de concessão, a antiga Malha Nordeste, que vai de Propriá, em Sergipe, até São Luís, a capital do Maranhão.
A construção da ferrovia vai beneficiar toda a região e facilitar o escoamento da produção dos grãos do Sul do Piauí, do pólo gesseiro do Araripe e até das frutas do Vale do São Francisco, entre outros.
Seja o primeiro a comentar