A Usiminas anunciou ontem à tarde a compra das empresas Mineração J. Mendes, Somisa Siderúrgica Oeste de Minas e Global Mineração, localizadas no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais. Ontem, as ações da Usiminas dispararam. As ações PN subiram 6,61% e as ON, 7,6%.
O valor inicial da aquisição das minas será de US$ 925 milhões. Segundo uma fonte que acompanhou as negociações, o preço final dos ativos do Grupo J. Mendes pode alcançar “um pouco mais do dobro” ao final de dois anos, quando os estudos de reserva e qualidade da mina estiverem prontos. Hoje, a reserva estimada é de 1 bilhão de toneladas.
O valor final do negócio pode superar a cifra de US$ 1,8 bilhão e chegar a US$ 2 bilhões. Valores muito elevados para o atual nível produção de 6 milhões de toneladas por ano. Mas o projeto da siderúrgica é elevar até 2012 a produção anual para 22 milhões de toneladas. Para isso, informa uma fonte próxima ao negócio, a companhia terá de investir cerca de US$ 800 milhões.
“Como não se sabe qual o valor adicional que a Usiminas pagará pela mina, é difícil fazer um cálculo sobre o valor pago por tonelada. O preço é alto, mas deve cair com o crescimento da produção”, disse a fonte.
A produção atual de 6 milhões de toneladas abastece 45% da demanda de minério da Usiminas. A expectativa é que a siderúrgica obtenha uma economia de até US$ 35 por tonelada de minério com o fornecimento próprio. Hoje, a Vale é a principal fornecedora de minério da Usiminas.
O plano também inclui a exportação de minério. As minas da J. Mendes escoam a produção pelas ferrovias MRS e FCA, com embarque no Porto de Tubarão.
Esse é a maior aquisição ocorrida no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais depois da valorização do minério de ferro. A Usiminas disputou esse ativo com a Vale, a BHP, Gerdau e ArcelorMittal. A corrida por ativos minerais na região já mobilizou várias empresas, como a London Mining, MMX e a Anglo American, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e até a desconhecida Ferrous Resources do Brasil.
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