Os barracos sobre a linha férrea, que há anos se tornaram parte da paisagem do Viaduto de Benfica, no início da Avenida Dom Hélder Câmara, podem estar com os dias contados. O Ministério das Cidades costura com a prefeitura uma ação conjunta para remover as famílias do Parque Arará e do Jacarezinho que praticamente moram sobre a única linha férrea que conduz trens de carga para o Porto do Rio.
Com pouco mais de 3,5 quilômetros, este trecho que vai do Caju ao Jacaré é um dos que dão mais problemas à empresa MRS Logística, administradora da ferrovia. Boa parte dos barracos foi construída a poucos centímetros dos trens, embora a distância ideal de segurança seja de pelo menos 15 metros. Além disso, a área é dominada por traficantes e fica numa das regiões mais violentas da Zona Norte, o que aumenta o risco de saques. Segundo Sérgio Carrato, gerente de patrimônio da MRS, a solução desses problemas é imprescindível para o aumento da produtividade do porto.
Na sexta-feira, dia 2, uma equipe do GLOBO-Zona Norte percorreu este trecho numa das locomotivas da empresa e constatou os problemas listados pelo gerente. Além dos barracos que obrigam os trens a trafegar em velocidade reduzida, é muito grande o número de crianças que brincam sobre a linha férrea. A falta de segurança estava explícita na presença constante de traficantes. Um deles, que aparentava menos de 15 anos, chegou a atirar para o alto para intimidar os repórteres.
Muito perigo, pouca velocidade – Os apitos da locomotiva da MRS Logística soam como tiros de largada. No viaduto que passa sobre a Linha Vermelha, crianças que empinam pipas correm para as pequenas plataformas de recuo para ficar a salvo do trem. Este, por sua vez, diminui a velocidade para algo em torno de 25 quilômetros por hora. O ritmo lento é necessário para que, nos próximos três quilômetros, não haja incidentes.
O trem passa tão rente aos casebres que o fiscal de linha Ailton de Andrade, há 27 anos na MRS, cumprimenta quem está dentro de casa. Ele diz que, muitas vezes, seus técnicos têm de entrar nos barracos para fazer a manutenção dos dormentes — muitos afetados pelas construções.
Ao ouvir um tiro, disparado a poucos metros como advertência por causa da máquina do repórter fotográfico, Ailton revela também que a proximidade com os traficantes é bem maior do que gostariam os maquinistas:
— Neste pequeno trecho por onde passamos, eles são presença constante. Em geral, a convivência é pacífica mas a maioria dos colegas trabalha com medo.
Risco de morte e saques em favelas – Os barracos sobre a linha férrea se tornaram um emblema dos transtornos trazidos para a região pelo avanço da favelização e são um problema duplo que o Ministério das Cidades pretende solucionar com a assinatura do convênio com a prefeitura.
Por um lado, idosos, adultos e crianças que convivem com os trens de carga estão sob permanente risco de morte. Um incidente ocorrido há um ano é um exemplo: um rolo de aço que não estava centralizado no vagão caiu e destruiu vários barracos durante a passagem da composição. Perigos como este foram objeto de um relatório elaborado em abril pela Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara de Deputados. Por outro lado, a produtividade dos terminais portuários, segundo a MRS, é afetada pela proximidade das favelas. As conseqüências são o risco de saques e acidentes.
— Antes, era só uma questão de miséria, mas hoje o problema é outro. A linha é o único acesso ferroviário ao porto. Cerca de 80% da carga que chega aos navios passam por ali e os clientes estavam se sentindo ameaçados. Hoje já não transportamos cargas de maior valor agregado por causa dos riscos — diz o gerente Sérgio Henrique Carrato.
Ministro diz que famílias removidas serão indenizadas – Segundo ele, se houver um acordo entre a prefeitura e a União possibilitando a retirada dos barracos da área da ferrovia, o fluxo de cargas pode aumentar em até 30%.
O ministro das Cid
“Transfavela” no fim da linha
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