O sistema de passagens eletrônicas do metrô está provocando polêmica. O novo bilhete único, implantado há três meses, tem prazo de validade: o cartão unitário só pode ser usado por 48 horas.
O cartão unitário do metrô substituiu o velho bilhete de papel. O atendente de suporte técnico Ronildo Paulino Alexandre comprou, e agora tem 48 horas para usá-lo, caso contrário não vai mais passar na roleta.
“Acho um absurdo. A partir do momento que você compra um produto, tem o direito de utilizar quando e onde quiser”, opina o atendente de suporte técnico Ronildo Paulino Alexandre.
Como ele, muita gente não gostou deste prazo de validade estipulado para o cartão.
“Isso é péssimo. Tem que ter validade infinita”, diz uma passageira.
O Ministério Público Estadual entrou nesta briga. A Promotoria de Defesa do Consumidor entende que a empresa que administra o metrô não tem o direito de interferir na vontade do passageiro, que comprou o cartão único e deveria poder usá-lo quando quiser.
O representante da empresa diz que o metrô oferece duas opções ao passageiro. Além do cartão unitário, o cartão pré-pago, que não tem prazo de validade e pode armazenar até R$ 500 em viagens. Só que para comprá-lo tem que desembolsar de uma só vez R$ 20.
“Se você é um viajante freqüente, você vai ter que colocar algo como oito viagens e ficar com o bilhete”, aconselha o diretor de relações institucionais do Metrô-Rio Joubert Flores.
Mas quem usa o metrô não está satisfeito.
“As pessoas têm o direito de escolher o que vão usar – se pré-pago ou unitário – e usar da maneira que quiser”, diz o analista de sistemas José Luís Dantas Filho.
Segundo a comissão de defesa do consumidor da Alerj, a ação pede que o prazo de validade do bilhete seja estendido para 15 dias. Mas a liminar foi suspensa até o julgamento, ainda sem data definida.
A agência reguladora de serviços do estado, que regulamenta a concessão do metrô, informou que cabe à empresa decidir a forma da venda dos bilhetes. O metrô informou que o novo sistema vai reduzir as filas e permitir promoções, como desconto no preço das passagens para quem usa o transporte com freqüência.
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