A indústria siderúrgica chinesa e os maiores produtores de ferro do mundo, incluindo a brasileira Companhia Vale do Rio Doce, estão tentando obter consenso na negociação internacional para fixar o preço do produto durante todo este ano, informou hoje o jornal China Daily.
As diferenças na negociação estão sendo reduzidas, declarou, em Pequim, Luo Bingsheng, vice-presidente e secretário-geral da Associação de Ferro e Aço da China.
Esta é a primeira declaração sobre um possível acordo entre a indústria siderúrgica chinesa, representada por Baosteel, e os maiores produtores mundiais, como a brasileira Vale do Rio Doce e a australiana BHP Billiton.
No entanto, é difícil prever quando será possível alcançar um acordo, já que os empresários chineses resistem em aceitar uma nova alta do preço do minério de ferro, depois do aumento de 71,5% registrado no ano passado.
Não queremos que os preços subam, declarou Xie Qihua, presidente do Grupo Baosteel, maior conglomerado siderúrgico chinês, durante um congresso em Pequim.
O preço da commodity é negociado anualmente, e o novo valor entra em vigor cada 1º de abril, embora ainda não tenha havido um acordo este ano.
Não encontramos um ponto que beneficie a ambos os lados. Por isso, tudo está indo tão devagar, avaliou Wu Xichun, ex-presidente da Associação de Ferro e Aço da China.
A indústria siderúrgica chinesa quer ter mais peso nas negociações internacionais, tradicionalmente fixadas pelos produtores e consumidores na Europa e no Japão, após ter se transformado no maior consumidor mundial de minério de ferro no ano 2003.
As importações de ferro chinesas aumentaram um 32% no ano passado, até alcançarem 275 milhões de toneladas, e atualmente a China absorve 43% das vendas mundiais deste mineral.
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