O grupo Gerdau abre nova fronteira no mercado de aços longos dos Estados Unidos, onde chegou em 1999. Com a aquisição da mini-usina Sheffield Steel, de Oklahoma, anunciada ontem, a companhia entra na região Sudoeste, uma das principais consumidoras de produtos como vergalhões, barras e perfis.
A nova usina – a 15ª desse tipo de aço adquirida na América do Norte – eleva a participação de mercado do grupo gaúcho na região para 23% a 24% no setor de aços longos, informa Frederico Johannpeter Gerdau, vice-presidente sênior da companhia. A Gerdau só perde para a Nucor, que lidera com fatia próxima de 30%. A brasileira ainda detém 50% de uma laminadora de aço plano (bobinas a quente), a Gallatin Steel, em sociedade com a canadense Dofasco.
A compra da Sheffield, que começou a ser negociada sete a oito meses atrás, custou US$ 170 milhões à controlada Gerdau Ameristeel Corp., cuja sede fica em Tampa, na Flórida. Desse valor, US$ 76 milhões serão pagos em dinheiro e a maior parte com assunção de dívidas da siderúrgica, cuja aquisição deverá ser finalizada no prazo de 45 a 60 dias, após as averiguações de praxe (due diligence) do comprador e as respectivas aprovações dos acionistas e órgãos antitruste locais.
O negócio de ontem tornou-se emblemático para o grupo: com a operação, superou a marca de investimento de US$ 1 bilhão na América do Norte, somando desembolsos em aquisições e investimentos em modernização das fábricas incorporadas. O grupo chegou à região em 1989, com a aquisição da Courtice Steel, uma pequena usina de Cambridge, na província de Ontário, Canadá. Só dez anos depois é viu uma oportunidade de pôr os pés no gigante mercado americano, quando já operava outra unidade canadense, em Winnipeg, Manitoba.
Com uma estratégia focada na internacionalização, cujo início se deu em 1981, no Uruguai, o eixo industrial do grupo mudou: neste ano, pela primeira vez, a produção de aço bruto no exterior deverá superar o volume obtido em usinas brasileiras, embora em receita essa meta foi superada em 2005.
No ao passado, conforme dados da companhia, de um total de 13,68 milhões de toneladas de aço bruto obtidas pelas 29 usinas do grupo, as operações na América do Norte e outros países da América do Sul responderam por 6,79 milhões de toneladas. O Brasil ficou pouquinho acima, com 6,89 milhões de toneladas.
Para este ano, vários fatores vão pesar a favor das operações externas: além da aquisição de Sheffield, que tem uma usina de 600 mil toneladas em Sand Springs, a Gerdau consolidou no semestre passado sua entrada na Colômbia e no início deste ano a incorporação de 40% do capital da espanhola Sidenor, fabricante de aços especiais longos para o setor automotivo. Neste negócio, em parceria com o banco Santander e um grupo de executivos da Sidenor, investiu em torno de US$ 200 milhões.
Segundo Frederico Gerdau, a capacidade instalada do grupo no exterior, com a aquisição de ontem, alcançou 10,7 milhões de toneladas. No Brasil, o volume atual atinge 8,6 milhões de toneladas. A Gerdau, com isso, consolida ainda mais sua posição de maior produtor de aços longos no continente americano, com usinas distribuídas no Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Uruguai e, desde janeiro, na Espanha.
A capacidade externa do grupo já é maior que a brasileira desde 2004. Em setembro daquele ano comprou quatro usinas da North Star Steel, subsidiária da Cargill, gigante americana do agronegócios e saltou para 8,8 milhões de toneladas. Até ontem, suas usinas fora do Brasil tinham capacidade para produzir 10,1 milhão de toneladas – 8,29 milhões na América do Norte, que saltou para 8,9 milhões com Shiffield; 1,01 milhão na América do Sul (exceto Brasil) e 780 mil t
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