Até 2014, os brasileiros terão que se habituar com os barulhos convencionais de construção. Será assim, ao menos, nos 12 municípios selecionados para sediar um dos maiores eventos esportivos: a Copa do mundo de futebol. Estas cidades passarão por verdadeiras revoluções visando suprir todas as necessidades, principalmente de mobilidade, do público da competição. Humberto Kasper, Superintendente de desenvolvimento e expansão da Trensurb, aponta que o evento destacou uma área de extrema importância para o desenvolvimento do País: a mobilidade.
“O setor está sendo vitaminado. É preciso investir não somente em metrô ou trem, mas em redes integradas de transporte, onde cada modal tenha seu papel fundamental. É preciso rever o atual modelo de locomoção nas cidades, pois, se isso não acontecer as metrópoles serão gargalos para o crescimento do País”, argumenta.
Mãos a obras
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Não faltam projetos tentando sanar estas dificuldades. A própria Trensurb desponta entre uma das principais empresas engajadas nesta área. A companhia está trabalhando no desenvolvimento de três obras: a expansão da Linha Norte do trem de São Leopoldo até Novo Hamburgo, próximo à Porto Alegre (RS); no Aeromóvel e na Linha da Copa.
O primeiro, que já está em fase de execução e cuja previsão de término é 2011, prevê um orçamento de R$ 690 milhões. A expansão deve aumentar a capacidade do trajeto em 30 mil usuários.
Já o Aeromóvel, considerado um dos projetos mais ousados, deve interligar o Aeroporto Internacional Salgado Filho à Estação Aeroporto, administrada pela companhia. Seu orçamento previsto é de R$ 30 milhões.
A Linha da Copa, cujo conceito é de “Rede estrutural multimodal”, contará com 11 estações de trem que serão interligadas a cinco terminais de integração intermodais. O orçamento estimado para o empreendimento é de R$ 2,5 bilhões. O projeto prevê que a rede atenderá 290 mil passageiros por dia.
O Metrô Rio também conta com projetos audaciosos. Segundo Joubert Fortes Flores, Diretor da companhia, o objetivo é dobrar a capacidade de movimentação de passageiros transportados.
Atualmente, por dia 550 mil pessoas utilizam o serviço. Com a ampliação, este número deve passar para 1,1 milhão. De acordo com o executivo, para que isso ocorra estão sendo investidos R$ 1,15 bilhão para a extensão da linha, além da aquisição ou reforma dos carros de passageiros.
Embora não tenha desenvolvido nenhum projeto específico para a Copa 2014, São Paulo não ficou para trás. Segundo José Luiz Portella, Secretário dos Transportes Metropolitanos , “o projeto ‘Expansão SP’ (que prevê recursos de R$ 20 bilhões em investimentos em infraestrutura de transporte) ajudará, e muito, na mobilidade da metrópole para o evento”.
No entanto, para o executivo, todas as obras que estão sendo realizadas no País devem atender, antes de mais nada, a população, e não apenas suprir as necessidades do evento. “Queremos criar uma rede que interligue toda a cidade. Isso, melhorará a qualidade de vida das pessoas. A grande luta é possibilitar que as pessoas cheguem a todos os lugares”, finaliza.
Os executivos se reuniram para discutir o futuro do setor na 15ª Semana de Tecnologia Metroferroviária. O evento, idealizado pela Aeamesp (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô), aconteceu na última semana, em São Paulo, em paralelo à Metroferr 2009.
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