Após a conclusão do processo de desapropriação da área da antiga fábrica da Companhia Industrial Santa Matilde em Três Rios (RJ), o próximo passo para finalizar a venda dos ativos da companhia será a realização do leilão judicial do parque de montagem de vagões no município de Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais. “Nossa expectativa é que o leilão aconteça após o resultado judicial das ações impetradas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Três Rios, que acabam por influenciar todo o processo de venda dos ativos da companhia”, afirmou o síndico da Massa Falida da Santa Matilde, João Batista Ávila Sales. A área de 220 mil m2 está avaliada em R$ 15 milhões.
Desde 2001, a fábrica de Conselheiro Lafaeite é utilizada pela Coomefer (Cooperativa Mineira de Equipamentos Ferroviários). A cooperativa é formada pelos ex-funcionários da Santa Matilde, que deram continuidade à fabricação, manutenção e reforma de vagões ferroviários. “Decidimos pelo leilão judicial porque neste caso, o caminho será mais fácil. O parque está produzindo. Não temos urgência em construir um condomínio ferroviário como é o caso da fábrica de Três Rios, que está abandonada”, disse.
Sales explicou que se optasse pelo processo de desapropriação da área, os trâmites burocráticos seriam maiores. “Teríamos que mobilizar a prefeitura da cidade e transformar a fábrica de Conselheiro Lafaiete em uma área de interesse público.” Segundo ele, a Coomefer foi a única empresa a manifestar um interesse formal para a compra da unidade. “Se não houver mais candidatos, o mais provável é que a área seja adquirida pela cooperativa mineira.”
Sales estimou que o valor total dos ativos da companhia é de cerca de R$ 60 milhões. O passivo (fornecedores, impostos, empréstimos e dívidas trabalhistas) está em torno de R$ 300 milhões. O pagamento das dívidas terá prioridades, informou. “Só podemos iniciar o pagamento dos credores após a venda de todos os ativos da Santa Matilde. Nossa prioridade é quitar a dívida trabalhista que é de cerca de R$ 54 milhões”, informou, acrescentando que todo o dinheiro recebido com a venda do patrimônio da Santa Matilde é depositado em conta judicial.
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