Ela está parada, imóvel, sem receber uma pedra de carvão desde 1972. A locomotiva nº 608 é um símbolo da época pioneira de Maringá e está estacionada no Parque do Ingá. Agora, também faz parte do livro Inventário das Locomotivas a Vapor no Brasil.
A locomotiva de Maringá é uma Baldwin fabricada nos Estados Unidos no ano de 1941. É uma das 14 máquinas a vapor existentes no Paraná e foi a primeira a chegar em Maringá, ao meio-dia de 31 de maio de 1954.
Esse modelo possui uma bitola métrica (largura dos trilhos) de um metro e rodagem 282 (duas rodas de tração dianteiras, oito eixos motrizes e duas rodas de tração traseiras.
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A Baldwin foi muito comum no Brasil. Tinham bons preços e, na 1ª Guerra Mundial, atravessou um momento comercial em que os Estados Unidos se transformou no maior fornecedor de locomotivas do Brasil, suplantando Inglaterra e Alemanha.
O modelo que está exposto no Parque do Ingá rodou nos estados do Paraná e Santa Catarina. Movida a carvão, poderia ser utilizada tanto no transporte de passageiros quanto de carga. A velocidade era de, aproximadamente, 30 quilômetros por hora.
Parque
Segundo Regina Perez, coordenadora do projeto Memória Ferroviária, restam 419 locomotivas a vapor no Brasil em 190 cidades de 20 estados. Do modelo 282, restam aproximadamente 30, porém fabricadas em diversos países.
Regina garantiu que a locomotiva de Maringá está em um estado de preservação razoável. Ela esta bem abrigada do sol e da chuva, pois o maior problema que essas máquinas enfrentam é a ferrugem.
A locomotiva está no Parque do Ingá desde 1972, quando foi restaurada e pintada. Na época, a máquina foi doada para a prefeitura pela Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA) durante a administração Adriano Valente. Para o transporte, foi feita uma linha de trem provisória nas ruas de Maringá, retirando os trilhos após a passagem da máquina para colocá-los na frente da locomotiva.
Serviço
Inventório das Locomotivas a Vapor do Brasil é parte do projeto Memória Ferroviária. 304 páginas, com mais de 600 fotos e ilustrações. Maiores informações através do site www.memoriaferroviaria.com.br.
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