Valor Econômico – A Rumo, braço de logística do grupo Cosan, prevê um desempenho bastante positivo no primeiro semestre de 2021, em relação ao ano passado. “Já praticamente vendemos todo o volume, teremos um aumento considerável”, afirmou o presidente, Beto Abreu, em teleconferência com analistas, nesta sexta-feira.
“Estamos ociosos em janeiro, porque a safra da soja está atrasada. Não será um mês com volumes muito altos. Mas já temos caminhões chegando aos terminais de Rondonópolis e São Simão, então estamos esperando bons volumes”, disse.
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A expectativa é que haja uma recomposição das tarifas, que no ano passado foram impactadas negativamente pelo aumento da concorrência com a BR-163 e com o menor preço dos combustíveis.
Agora, a previsão é ter uma alta desses valores ao longo de 2021, tanto pelos maiores volumes de grãos quanto pela alta no valor dos combustíveis.
“No quarto trimestre, a maior parte dos volumes foi vendida nos trimestres anteriores, em condições muito piores. Isso evitou que tivéssemos tarifas melhores, apesar de preços estarem mais altos. Os produtores também retiveram seus estoques, então não havia disponibilidade grãos no mercado. A oferta de logística era maior que a demanda”, afirmou.
“Esperamos ter tarifas melhores pelo menos até o fim do primeiro semestre, sobre o qual temos visibilidade total, porque já vendemos tudo em termos de ‘take-or-pay’”, completou.
Em relação ao segundo semestre de 2021, ainda não é possível ter visibilidade, segundo os executivos da empresa. “As negociações [para venda dos volumes] estão evoluindo rapidamente”, disse Abreu. Porém, a percepção é que ainda é cedo para ter uma visão sobre os valores de tarifas na segunda metade do ano.
Malha Central
A Malha Central, concessão da Rumo responsável pelo novo trecho da Ferrovia Norte-Sul, terá como principal carga neste ano os grãos, mas as oportunidades para os próximos anos são diversas: açúcar, gasolina, diesel, biodiesel, etanol e, até 2022, bauxita, segundo Abreu.
Apesar das muitas possibilidades de atração de outras cargas no médio prazo, a companhia também destacou que o avanço no mercado de grãos deverá ser grande, já que o mercado em potencial deverá dobrar nos próximos dez anos.
As obras civis da ferrovia foram concluídas em dezembro de 2020, e as operações começaram oficialmente em janeiro, mês em que também foi entregue o terminal em São Simão (GO).
A ferrovia, porém, ainda levará alguns anos para se tornar totalmente operacional. Até 2025, a expectativa é que a malha esteja próxima de sua maturidade.
Os executivos da empresa destacaram que as projeções futuras da companhia para o período de 2021 a 2025 serão divulgados em março, ocasião em que será possível dar mais detalhes sobre essa expectativa.
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